A cidade do Entroncamento, inicialmente freguesia, recebeu o nome pelo facto de se localizar, no cruzamento de duas importantes linhas de comboio. A linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto e a linha do Leste, que faz a ligação do Entroncamento a Badajoz.
Foi graças ao comboio que esta terra, onde não havia nada, cresceu e se desenvolveu. Passando de um lugar ermo, a um município com cerca de 20.000 habitantes.
Com o progresso e crescimento da cidade, os entroncamentenses começaram a reclamar do barulho da estação de comboios e tentaram acabar aquilo que tinha sido, em bom rigor, a razão por detrás da existência e História daquela cidade.
O que, naturalmente, não veio a acontecer, porque o barulho não justificava semelhante decisão.
Pois bem, muito me surpreendeu ter encontrado o rés do chão do Mercado Municipal de Felgueiras vazio, em dia de feira municipal e de manhã.
Fiquei a saber que os feirantes foram “despejados” do edifício, onde agora se encontra a Loja do Cidadão, para que o barulho não perturbasse o funcionamento daquele serviço.
E enquanto o rés do chão do Mercado Municipal está vazio, as pessoas vendem os seus produtos no exterior, ao frio e à chuva, como se nunca tivesse existido um Mercado Municipal coberto, com história e identidade própria.
A D. Isaura já não vende o peixe no Mercado Municipal e o Mercado Municipal já não o é.
Referências perdidas, mercê de decisões precipitadas, com prejuízo efetivo para quem não tem nada para oferecer, mas que merece o respeito e a preocupação de um Executivo Municipal que se diz humilde.
