Era previsível que o ciclo de debates não fosse propriamente fácil para Pedro Nuno Santos, mas não esperava uma prestação tão “kafkiana”, daquele candidato a Primeiro Ministro, no debate inaugural contra Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal.
A gestão das nossas preferências nos dispositivos eletrónicos, quando autorizada, é feita pelo algoritmo. O que pode originar o fenómeno da “câmara de eco”, que consiste em oferecer-nos apenas conteúdo com o qual concordamos e que nos agrada, reduzindo ou excluindo toda a restante informação.
Influenciando e animando o discurso polarizado e radical. Foi de resto essa bolha, criada pelo algoritmo, que eletrizou, por exemplo, as eleições presidenciais americanas de 2020.
Mas se por um lado, viver numa realidade algorítmica paralela explica a narrativa repetitiva e aborrecida de PNS ao forçar a AD a casar com o Chega, por outro não é suficiente para explicar o porquê de tanta falta de noção sobre a má governação do partido socialista.
A frase que, quanto a mim, marcou o debate, foi proferida por PNS. O que falta na arte desta retórica, excede em psicose.
Pedro Nuno Santos padece de dissociação cognitiva e à questão: “Mas o que é que não funciona?”, referindo-se aos serviços públicos em geral, com manifesta falta de perceção da realidade ou muito jeito para o disfarce, eu respondia que entre outras coisas “O que já não funciona é esse programa, esses números e essa máscara!”.
Marta Rocha