O futebol de formação, pensado como “berço de talentos”, encontra-se frequentemente à mercê de influências negativas que comprometem o seu propósito essencial: desenvolver jovens jogadores e prepará-los para carreiras profissionais desportivas.
Infelizmente verifica-se a triste realidade de que, devido ao baixo orçamento disponível em alguns clubes, acabam por se tornar num terreno fértil para más práticas que comprometem o futuro do desporto e o futuro dos atletas, assim como o futuro do próprio clube.
O problema manifesta-se desde logo, na escolha e contratação de treinadores cuja qualificação é, no mínimo, questionável. A dificuldade financeira leva alguns clubes a arriscar em “supostos” treinadores cuja ignorância e incompetência prejudicam não apenas o seu próprio crescimento profissional, mas mais grave ainda, o desenvolvimento dos jovens atletas que depositam a sua confiança na formação que recebem.
A decadência aprofunda-se quando estes clubes, em vez de investirem em líderes comprometidos com a visão e os valores do clube, optam por treinadores, coordenadores e diretores desportivos cujo foco está longe dos interesses coletivos.
As agendas pessoais escondidas e a vulnerabilidade a influências externas, minam as bases do desporto e, ao esquecerem-se das suas obrigações fundamentais, focando-se apenas em interesses próprios, cria-se um ambiente tóxico que acaba por minar a confiança entre todos os membros e atletas do clube e da instituição. A pior parte é quando esses treinadores e ou dirigentes se esquecem de que o clube, os sócios, os atletas e os adeptos são os alicerces que sustentam o sucesso desportivo e a supervisão da instituição Clube.
Libertem os atletas do “Bullying Narcisista” que paira na formação dos clubes e lembrem-se que um dia também vocês iniciaram a viagem num clube que vos fez crescer, o resultado desse vosso crescimento está apenas á distancia de um espelho.
Jorge Miguel Neves
