Um casal foi burlado em cerca de quatro peças de ouro, esta terça-feira, por um indivíduo com cerca de 50 anos, em S. João, na freguesia de Aião.
O nosso jornal conversou com o sobrinho deste casal. Paulo Leal – 35 anos – explicou que “leva todos os dias”, os seus tios à FisioRadio, por volta das 13h30. Esta terça-feira, “atrasou-se um pouco” e estranhou a reação dos seus tios aquando a sua chegada.
“Hoje não vou à fisioterapia”, terá dito o seu tio de 60 anos, bastante abalado. A tia, de 64 anos, chorava e alegava que tinham sido roubados por um indivíduo que conduzia uma carrinha de marca Mégane escura.
O suspeito terá começado por perguntar “se estava tudo bem” e argumentou “que conhecia bem” outros elementos da família dos lesados, para conquistar a sua confiança.
Sem se aperceberem que estavam a ser manipulados, não estranharam a história de este homem, que terá dito que “esteve vários anos em França”.
“Os meus tios foram iludidos. Este homem contou que estava a pensar abrir uma loja de ouro e que iria organizar uma festa de inauguração. Argumentou que tinha estado com outras pessoas da freguesia que se mostraram disponíveis para tirar fotografias com ouro, para divulgar o negócio”, comenta.
Para conquistar ainda mais a confiança deste casal, este homem terá oferecido uma carteira e um perfume falsificados. Enquanto a mulher foi buscar as peças de ouro, o suspeito aguardou sempre dentro da viatura com a ignição ligada, com óculos de sol colocados e máscara.
Paulo Leal lamenta o sucedido até porque o tio sofreu um acidente que o deixou em coma e que ainda hoje se reflete na sua forma física e psicológica. O homem terá pegado no ouro e iniciado a marcha. “Os meus tios não se tinham apercebido que estariam a ser burlados”, refere.
“Era difícil reconhecer este homem até porque ele estava de máscara e de óculos de sol. Na atualidade não é fácil identificar as pessoas”, comenta.
A GNR da Lixa tomou conta da ocorrência, apesar de inicialmente, ter desmentido a história a vários populares. O suspeito terá levado três anéis e um fio em ouro.
“Nem era tanto o valor monetário, mas o sentimento, porque foi a minha falecida avô que deixou essa recordação. Acho que foi isso que magoou mais. A forma como foi feito. Foi uma cobardia”, explica.
Paulo Leal não compreende como é que há pessoas que por “pior que possam estar monetariamente conseguem ser insensíveis perante duas pessoas cuja aparência revela fragilidades de saúde”.
“Como é que alguém tem um coração tão frio? Por mais necessidade que tivesse, quando olhasse para duas pessoas como os meus tios, devido aos seus problemas de saúde, desistia”, diz.