“O SNS está de rastos!” É uma frase muito ouvida nos últimos 8 anos.
Há ineficiência no SNS? Sim, mas também há muita qualidade e potencial de melhoria com base nos recursos humanos.
Se por um lado, um profissional de saúde Português quando emigra, fá-lo porque procura algo mais além da “motivação” e da “resiliência” que saíram gratuitamente e até desrespeitosamente da boca dalguns agentes políticos da Saúde.
A “motivação” e a “resiliência” não pagam a propina da faculdade ou a prateleira do frigorífico … o que paga é o salário!
Podemos vestir a pele de líricos, apaixonados e ideologicamente agarrados a um SNS que está doente, mas no final é “It’s all about the money”.
Por outro lado, eu como ex-funcionário público do Quadro do maior Centro Hospitalar do Norte e agora sendo um prestador privado na área da saúde concluo que quando a “coisa” é privada o “incentivo” para optimizar a qualidade assistencial é maior. Quando o incentivo é só um “obrigado pela resiliência” já quase ninguém veste a camisola.
Depois, se nós somos requisitados lá fora pelo nosso know-how, então o problema do SNS não está centrado nas competências profissionais!
Se os profissionais fazem vida dupla entre SNS e Prestadores privados então o problema não está centrado no tempo disponível dos Profissionais, senão os “privados” não atrairiam os mesmos.
Então, por que motivo eu, com um plano de saúde de uma Seguradora, num telefonema agendo 3 consultas de especialidade no mesmo dia num prestador privado num prazo 15 dias de distância muitas vezes com os mesmos médicos do SNS (facto) e, em contraciclo, um doente oncológico, traqueostomizado esteve uma semana à espera num hospital público para uma cirurgia a uma fractura do fémur (facto)?
O ressurgimento das Parcerias Público Privadas (PPP) na saúde é uma necessidade urgente para colmatar as falhas deste modelo de SNS e para poder elevar o nível de competitividade na assistência em Saúde. Competir para ser melhor, competir para captar utentes, competir para obter mais recompensa.
As PPP na Saúde têm como propósito agilizar o tempo de resposta do “SNS” sem medo dos “papões” obsoletos que acenam com o fim do SNS se as PPP chegarem, ao estilo Adamastor.
Estas PPP têm como propósito alcançar o máximo de utentes possíveis utilizando a capacidade de resposta já instalada em coabitação com o SNS… o que é o cheque-dentista senão uma PPP na Saúde Oral? Vejamos, o Estado utiliza a capacidade de resposta e recursos já instalada (clínicas privadas) e fornece serviços de saúde oral à população, mediante uma compensação aos prestadores, logo PPP.
Com melhores salários, carreiras justas, reconhecimentos de competências sectoriais pode fazer diferença…
Estará na altura de repensar esta visão ideologicamente obtusa da Saúde? Sim!
Esta minha visão não é solução ímpar, mas é um contributo da minha visão liberal para mudar algo que está doente!
Bruno Duarte Bessa
