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Diogo Pimenta conquista segundo lugar em prémio de design

O segundo lugar do prémio da ADICO – desenha o futuro, na categoria de jovens profissionais, foi atribuído ao felgueirense Diogo Pimenta. O mestre em design de produto levou ao concurso de design de mobiliário uma poltrona, intitulada de Anita, com um design moderno, inspirado nas cadeiras do movimento modernista.
Diogo Pimenta revelou ao Semanário de Felgueiras que o processo de candidatura seguiu o padrão de outros concursos de design. “É um processo que requer a elaboração cuidadosa de uma memória descritiva detalhada, desenhos técnicos precisos para produção e imagens que situam o produto em contexto de uso”, esclarece.


Nesse sentido, surgiu a poltrona Anita. “É um produto pensado para espaços interiores, com uma linguagem de design extremamente versátil, adaptável a várias vertentes domésticas, bem como a contextos de escritórios, bares ou restaurantes”, diz o autor. Diogo Pimenta inspirou-se na linha de mobiliário PRESTÍGIO de Daciano da Costa, desenvolvida na década de 60 na Metalúrgica da Longra para a elaboração da sua peça.
Competindo com muitas outras propostas de elevado nível, a peça Anita destacou-se. O designer acredita que o projeto “foi um dos premiados devido à exploração aprofundada da vertente da sustentabilidade nos materiais escolhidos e no conceito por trás do projeto”, além de garantir viabilidade produtiva, conceito de uso e design sustentável.
O jovem viu este concurso como um ponto de partida para ganhar notoriedade, mas vai além disso. “Claro, é incrível ter essa visibilidade, mas o que realmente me atrai é a possibilidade de desenvolver o produto em questão. Ver a minha ideia ganhar forma e tornar-se uma realidade tangível é o que mais me entusiasma”, expressa.
Refletindo sobre o seu caminho na área do design, Diogo Pimenta lembra a sua passagem pela Escola Secundária de Felgueiras, na área de Artes Visuais. Daí, partiu para uma licenciatura em Design de Produto na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos. “Motivado por uma perspetiva mais alargada, participei num programa Erasmus na prestigiada Escola Superior de Desenho de Madrid, que não só enriqueceu o meu conhecimento académico, mas também alargou a minha compreensão das nuances culturais que influenciam a estética e o design”, diz. O passo seguinte foi num mestrado, “com o objetivo de expandir não apenas os meus conhecimentos, mas também as competências práticas e teóricas”.
“Desde tenra idade, manifestei uma paixão pelo design, um interesse que moldou os meus sonhos e orientou o meu percurso profissional. Desde os meus primeiros traços de criatividade, a mente imaginativa encontrava expressão no desenho de produtos”, afirma o jovem, que vê a habilidade de visualizar através do desenho como uma vocação.
Chegando a 2020, Diogo Pimenta começou a trabalhar em design, numa empresa, e mantém também uma carreira como profissional independente. O artista entende que trabalhar nesta área é uma constante aprendizagem, por ter de se adaptar a projetos únicos, que exigem não apenas criatividade, mas uma compreensão em diferentes campos – design, tecnologia, ergonomia, e até mesmo psicologia. “Sinto que estou sempre em evolução. Como designer, temos um percurso de aprendizagem contínua ao longo de toda a vida profissional, e é aí que reside a beleza e a complexidade do trabalho”, diz.
Para uma criação, “foco-me em compreender o tipo de produto a desenvolver, os problemas que posso resolver, como será produzido, para quem se destina, como funcionará”, começa. Num segundo momento, o estudo de mercado é imprescindível, “analisando as lacunas no mercado e explorando possibilidades para oferecer algo único e relevante”.
“Num estágio posterior, começo a dar vida às ideias concebidas através de diversos esboços e conceitos de design, estes são o ponto de partida para a criação de protótipos. Esta fase é crucial para alcançar um design diferenciador que não apenas seja esteticamente apelativo, mas também adicione funcionalidades e responda às necessidades do utilizador”, conclui.
O designer destaca um dos seus projetos, o projeto de design de calçado intitulado Layers, como o que mais se orgulha. “Estas sapatilhas foram concebidas com um foco primordial na economia circular, um passo em direção a um design mais sustentável e responsável”, conta. Este projeto foi nomeado para os Green Concept Awards, “um dos mais prestigiados reconhecimentos internacionais do design sustentável”, explica.
Para Diogo Pimenta, um bom design é concebido “com uma atenção meticulosa ao detalhe”, acrescentando funcionalidade ao objeto. “O verdadeiro bom design vai além do estético; ele responde às necessidades das sociedades modernas, adaptando e melhorando a vida das pessoas”. Um bom designer, na sua opinião, deve ser curioso, criativo, deve ter sensibilidade artística e atitude.


Beatriz Cunha

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