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As festas das Vitórias recordadase vividas pela Sãozinha da Lixa

“Ter fé em Nossa Senhora das Vitórias é como ter um porto seguro, pois quando se tem a corda na garganta, quando as adversidades da vida surgem recorro à proteção de Nossa Senhora e minhas preces são ouvidas!”

A cidade da Lixa viveu cinco dias festivos dedicados às Festas em honra de Nossa Senhora das Vitórias.
Milhares de pessoas passaram pela Lixa e usufruíram de um programa festivo que, pela sua variedade, resultou no apreço tanto dos filhos da terra como de milhares de forasteiros.
E, na Lixa, há filhos da terra que vivem as Vitórias de uma forma intensa, com a alma de quem guarda dentro de si o passado e soube ser a ponte com o presente.
O Semanário de Felgueiras (SF) chegou à conversa com a Sãozinha da Lixa, uma senhora com 81 anos de vida, mãe de três filhos, lixense de gema, nascida e criada na terra de Nossa Senhora das Vitórias.
Nos seus respeitáveis 81 anos, é uma figura bem conhecida na Comunidade, onde reside no Largo Senhor do Amparo. Esta lixense mantém-se ativa e cheia de vitalidade, ainda trabalha, desafiando a idade com determinação. Seu segredo? Uma fé inabalável em Nossa Senhora das Vitórias.
A sua memória é como um tesouro, pois recorda com carinho as Festas das Vitórias de tempos passados.
De brilho no olhar e dona de um sorriso franco e rasgado a Sãozinha falou das suas memórias ao SF. Da sua infância recorda que não havia iluminação mas as festas eram engalanadas com panos colocados ao longo das ruas e os vendedores de louça típica faziam da terra o seu espaço de comércio.
“Claro que, uma das tradições mais queridas era a procissão em honra de Nossa Senhora das Vitórias e a Banda de Música da Lixa era presença garantida, enchendo o ar com melodias festivas” disse-nos ao recordar os acordes da Banda aquando dos seus ensaios nas instalações onde durante anos funcionou o antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários da Lixa e hoje está instalada a Casa da Cultura, ali mesmo próximo à capela de Santo António.
“Ah como me recordo desses tempos! Eu trabalhava na Família Pereira Meireles, donos dos transportes. De lá eu escutava os ensaios, bons tempos!”
Mas as tascas locais eram o ponto de encontro para os forasteiros que visitavam a Lixa durante as festas, oferecendo uma deliciosa amostra da gastronomia regional, de forma especial o tradicional assado em forno a lenha.
Aqui a Sãozinha recorda com saudade a “Tasca da Barria”, que tantas memórias lhe traz, tanto da sua infância como da sua vida, pois começou a trabalhar bem cedo na área da gastronomia e dos serviços domésticos.
“Claro que a os forasteiros para além de visitarem a Lixa por causa das Festas vinham à procura dos bons pratos gastronómicos e a Lixa foi sempre conhecida por receber bem quem quer que seja!”

O tempo avançou, e as festas cresceram em magnitude, tornando-se grandiosas. Contudo, lembra-se com saudade dos tempos mais simples, enquanto refere que aprecia sobremaneira o esplendor das festas atuais. Ela é uma participante ativa e assídua no Cortejo das Flores, irradiando alegria e entusiasmo a cada passo.


E foi o que aconteceu na tarde de sábado, ao integrar, mais uma vez, o tradicional cortejo que percorreu as ruas da Lixa desde o Largo Senhor do Amparo até à capela de Nossa Senhora das Vitórias.
Para esta habitante da Lixa, “ter fé em Nossa Senhora das Vitórias é como ter um porto seguro, pois quando se tem a corda na garganta, quando as adversidades da vida surgem recorro à proteção de Nossa Senhora e minhas preces são ouvidas!”
Na retina fica a certeza de que lixense é uma testemunha viva de tempos passados e presentes, uma verdadeira guardiã das tradições e da fé na sua comunidade.
Aproveitou ainda a oportunidade para deixar um recado a quem de direito: “Gostaria que a Procissão retomasse o percurso de outros tempos, pois antigamente vinha aqui dar a volta do Senhor do Amparo! Hoje encurta o percurso a meio da Rua Dr. Leonardo Coimbra”.
Para o SF foi inspirador conversar com esta senhora que ostenta numa das paredes da sua sala um quadro alusivo às festas das Vitórias de finais da década de 70. Trata-se de um quadro inspirador de sinónimo do bairrismo local, comum a tantos e tantos que vivem na terra ou estão espalhados pelo mundo. A verdade é que a alma lixense ostenta a Fé na Senhora das Vitórias e, bem à semelhança da Sãozinha da Lixa, não baixa os braços perante as adversidades, lutando, sempre, com força, garra e determinação!

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