Pub

Quinta de Maderne
InícioOpiniãoO drama da saúde em Portugal: promessas vazias e reformas superficiais

O drama da saúde em Portugal: promessas vazias e reformas superficiais

Há cerca de um ano, a renúncia da Ministra da Saúde em Portugal, embora dramática, serviu como mero artifício para desviar o olhar das falhas sistémicas que há tempos assombram o setor.

Desde então, palavras grandiosas têm inundado o palco, porém a realidade da saúde permanece imutável. O Serviço Nacional de Saúde continua preso numa teia de listas de espera sem fim e falta de pessoal.

A recente morte de um idoso em um hospital na Grande Lisboa trouxe à tona a tragédia que é o sistema de saúde.

É hora de encarar de frente e perguntar: o que realmente mudou?

Os problemas que há anos nos atormentam permanecem intactos: a procura por um médico de família tornou-se uma epopeia, as urgências são um teste de paciência e o hábito de encerrar serviços essenciais é já uma rotina absurda.

As mortes evitáveis são protagonistas trágicas desta peça sombria, enquanto os cidadãos são suas principais vítimas.

Na última temporada, o Primeiro-Ministro admitiu um “problema de gestão” no SNS. Entretanto, um ano depois, as mudanças são mais promessas do que realidade. A gestão ganhou destaque, mas suas ações até agora são tão convincentes quanto um enredo mal construído.

A questão crucial é: quem está no comando desse espetáculo? A troca de lideranças parece mais um jogo de cadeiras do que uma solução efetiva. Quando as cortinas se abrem, surgem suspeitas sobre os motivos por trás das escolhas, obscurecendo o mérito como um coadjuvante esquecido.

Uma reviravolta recente trouxe uma nova trama: a criação da direção executiva do SNS. No entanto, o roteiro parece mal elaborado, com estatutos pendentes e competências distribuídas aos poucos, como um truque de magia mal ensaiado. A direção executiva recebeu um papel que limita sua atuação, transformando-os em fantoches num palco que exige muito mais.

Mas e o enredo principal? Delegar mudanças a algumas instituições não é suficiente para a grandiosidade do SNS. Uma reforma verdadeira deve ultrapassar os bastidores e confrontar as falhas crónicas que afetam o sistema de saúde.

A conclusão é clara: é hora de rever o roteiro por completo.

A gestão deve ser repensada, com líderes escolhidos pelo mérito, não pelas conexões políticas. Para alcançar o sucesso, todas as partes do SNS devem ser consideradas.

As promessas políticas podem atrair os holofotes, mas é a ação concreta que impactará positivamente a vida dos cidadãos e a saúde do sistema de saúde em Portugal.

Bruno Fonseca Lobo

Pub

Teco

Mais Populares

Subscreva a nossa newsletter

Para ser atualizado com as últimas notícias, ofertas e anúncios especiais.

Últimas