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Felgueiras: Nosso Torrão Doce

Por entre passagens cerebrais de memórias antepassadas e perenemente presentes, passam diante de nosso ser, naturalmente, primeiras cenas do nosso mundo inicial, de como vimos o que nos rodeou desde a nascença.

Tal, em nosso imaginário pessoal, recuando a imagens de primeiras fixações vitais sentidas, está e estará sempre nossa mãe, a quem na ligação à vida ficamos agarrados a seu embalo e em cujos braços sentimos conforto de chegarmos à amamentação e boas sensações de confiança.

Tal como no caso terreno sentimos afago afetivo à terra-mãe, onde tivemos colo e demos primeiros passos, bem como caminhamos no crescimento, quando não até mais. Sendo nessa simbiose natural que há efetiva referência sentimental ao torrão natal e afetivo. Sabendo-se que torrão é um pedaço de terra formando um conjunto, ou mesmo um aglomerado doce, também. Qual, em sentido figurado, é a terra mátria, no sentido de Pátria. Sendo Felgueiras nosso torrão natal, afetivo e de referência coletiva.

Quem não sentiu já saudades da terra, quanto à terra-mãe e torrão natal, em momentos de ausência física e sentimental do local de nascença e afetividade, por qualquer motivo de distanciamento episódico?! Como explicar aquela visão, para quem esteve entretanto alguma vez longe da terra, de como sabe tão bem no regresso rever a nossa terra, ainda que possa parecer diferente aos olhos, quão permanece no coração?!

Pois Felgueiras é a nossa terra, o nosso concelho. Dentro da nossa zona do distrito do Porto, da região Norte e do país Portugal.

E, tal como a nação pátria tem referências simbólicas, Felgueiras detém padrões alusivos de ligação representativa, como terra de figuras santificadas e personagens salientes, desde Santa Quitéria e à vetusta invocação de S. Pedro da mais antiga capelinha altaneira, mais bairristas como Costa Guimarães, historiadores como Eduardo Freitas e Manuel Sampaio, heróis como o aviador Francisco Sarmento Pimentel, sábios como Magalhães Lemos, pensadores como Leonardo Coimbra, poetas e cronistas como Faria e Sousa, entre gente ilustre de naturalidade felgueirense registada, mais todo o sentimento adocicado no tradicional pão de ló de Margaride, tornado bolo emblemático felgueirense.

E tudo o mais que se pode rever pela carta geográfica local ou catálogos promocionais, mas sobretudo do que vem no mapa terno de nossa felgaridade, não apenas das localidades mais favorecidas por sistema, mas também de todas as freguesias e vilas gémeas em alma felgariana, sobrevistas desde os altos de Santa Quitéria, Ladário e Santana (na tinta da natureza entornada em tal vista) e se alonga em olhos enamorados até aos vales onde correm as águas dos diversos fios que formam o rio Sousa, desde as veredas de S. Vicente com os córregos do Tressousa, até à junção das suas águas em Lordelo.

Não conta neste sentimento se Felgueiras podia ser melhor do que é ou está, enquanto isso fará parte da história evolutiva. Importa que daqui vemos o mundo todo, perante a autoestima de gostarmos na nossa terra. Um sentimento que vem acima, à tona das sensações, na chegada do Dia de Felgueiras, do chamado feriado municipal.

Tal como no país o 10 de junho representa o Dia da Pátria, de Camões e das Comunidades Lusíadas, em idêntico abraço Felgueiras enlaça no 29 de junho o Dia da Raça Felgueirense pela ocasião do S. Pedro, remontando à festividade da mais antiga invocação do carisma felgueiricista. Num amplexo doce, como o leve pão de ló adoça nossas papilas gustativas envoltas no apetite amarelo-púrpura.

Armando Pinto

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