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Dia da Mãe…de colo vazio

O mês de maio é espontaneamente associado ao Dia da Mãe. Nas ruas, as montras em tons de rosa recheadas de lembranças e as redes sociais decoradas de textos de amor não deixam este dia ser esquecido. Embora seja um dia associado (para a maioria das pessoas) à alegria, nem sempre assim o é para toda a gente.

Para muitas mulheres, o sonho foi interrompido…a perda gestacional apesar de ser ainda ser um tema tabu, é uma realidade. Uma realidade dura, triste e muitas vezes solitária.
Muitas vezes, a perda gestacional ainda não é vista como a perda de um filho. Durante a gravidez vão sendo criados laços entre a mãe e filho e esta relação já começa a ser construída desde o momento em que é planeado. A partir do momento que existe esta perda, começa o luto, o luto pelo filho, do bebé, da criança, do adulto, pelo papel de mãe, por uma gravidez idealizada, por todas s primeiras vezes que ficaram por realizar… por um colo que ficou vazio.

O silêncio fica mais presente, as conversas começam a perder a força, os olhares à volta são mais tristes, as palavras escasseiam, um sonho, um projeto de futuro e uma vida são interrompidos.

A perda gestacional e o luto parental muitas vezes são diminuídos, e alguns comentários (mesmo que sejam com boas intenções) podem tornar este processo por si só já intenso e doloroso ainda mais difícil.

Comentários a evitar:
“Pelo menos ainda não estavas de muito tempo.”
“Ainda vais a tempo de ter outro.”
“Tens de ultrapassar isso rápido.”
“Pelo menos não o chegaste a conhecer, foi melhor assim.”
“Aconteceu assim, porque tinha de ser.”
“Isso acontece a muita gente, não é assim tão importante.”
“Se calhar não devias ter feito X.”


Num momento angustiante como este é importante demonstrar empatia por alguém que está a passar por um momento particularmente difícil. Não é necessário dizer as palavras mais profundas e bonitas. Muitas vezes basta a disponibilidade para ouvir, oferecer compreensão, acolher o desabafo e o choro. Permitir que sejam sentidas todas a emoções necessárias. Estar presente, ouvir, disponibilizar o abraço.

Neste dia, e em todos os outros que sejam particularmente difíceis. A todas as mães de colo vazio, um abraço apertado e caso precisem, alguém para vos escutar e empatizar.

Marcela Leite

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