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Esta água que vos deixo

O município de Felgueiras vai actualizar o seu  Regulamento dos Serviços de Água e Drenagem de Águas Residuais, o qual  desde já indicia e anuncia um claro agravamento dos seus tarifários.

Desajustados à realidade, não será difícil de se concordar com  a necessidade de introduzir alguns ajustamentos, quer no que respeita ao Regulamento, quer aos respectivos Tarifários.

Contudo, se tivermos em conta o que foi a vida económica e social no ano de 2022, com igual prosseguimento neste início de 2023, em que se registam índices muito elevados de valor ao nível da inflação, a par de uma incontestável redução dos rendimentos das famílias, seria de bom tom que qualquer ajustamento dos preçários da água e dos resíduos sólidos  não deixasse de ter em conta esta realidade.

Porque, sendo o nosso concelho, um dos da Região do Tâmega e do Sousa onde se praticam salários baixíssimos, manda a justiça social  ter sempre em linha de conta este indicador antes de se proceder ao agravamentos dos impostos,   designadamente os que são implementados à escala municipal, uma realidade sempre presente no âmbito do Poder Local e relativamente à qual os autarcas costumam fazer “orelhas de mercador”!

Todavia, no caso em apreço, resultando com clareza que o maior agravamento das taxas ocorrerá ao nível do tarifário para as águas residuais, que duplicarão,  mas também para os utentes domésticos do consumo de água da rede pública, será justo atalhar, que no que concerne à grande insensibilidade social patenteada pela autarquia felgueirense, o que mais choca é a posição política do PSD em sede camarária, ao demonstrar que sobre um assunto tão gravoso para a vida das pessoas, mais não soube fazer do que deitar mão ao estafado expediente da abstenção para evidenciar a sua posição política, não valorizando um tema social da maior relevância para os felgueirenses!

Porém, este é um assunto muito sério, a merecer uma atenção muito cuidada por parte das forças políticas concelhias e da sua esperada disponibilidade para, em sede da Assembleia Municipal, provocarem a discussão que se impõe, de pouco valendo nesta mesma sede quaisquer votos contra de todos aqueles que  em sede do executivo já se afirmaram pela abstenção!…

E sendo certo que não estamos apenas perante uma alegada revisão pontual do referido Regulamento, mas também, e sobretudo, perante um expediente para agravar brutalmente os tarifários actuais, a verdade é que, uma vez mais, serão os felgueirenses a pagar uma factura muito pesada, em consequência da falta de interlocutores políticos capacitados para os representar condignamente nos orgãos do poder onde têm assento, acreditando já alguns, que tal como num anterior ciclo político da nossa vida local autárquica, serão novamente precisos mais 33 anos para se reconstituírem numa renovada alternância municipal, e que até lá, outra alternativa não lhes restará que não seja a de continuarem a nadar nas águas sobrantes que o actual poder municipal lhes propicia… 

Por conseguinte, sendo justíssimo sublinhar que há carradas de verdade quanto ao argumento principal de que o Regulamento vigente carece de uma revisão pontual profunda, será igualmente importante, e em contraponto, não deixar também de observar e de registar muita matéria falaciosa no que toca aos fundamentos que determinaram a fixação de valores tão elevados, e alguns desses muito chocantes, no que respeita à generalidade dos vectores inscritos nos  respectivos tarifários.

José Quintela

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