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Ética na Política

O país terminou o ano de 2022 e iniciou o ano de 2023 a assistir ao desmoronar da ética na política, à completa falta de transparência dos decisores políticos e ao esvaziamento da confiança política.

Casos como o de Miguel Alves, ex-secretário de Estado adjunto do 1º Ministro, que enquanto presidente da câmara de Caminha terá violado normas de contratação pública e terá pago 300 mil euros a um promotor imobiliário para futura construção de um centro de exposições transfronteiriço. Acaba por se demitir, depois de encher jornais e fazer manchetes de capa. O processo terá nascido de denúncias anónimas por suspeitas de financiamento do PS e o ex-governante está acusado do crime de prevaricação.

Já em plena época festiva os jornais expõem o caso de outra secretária de Estado, desta vez, do Tesouro e as manchetes são “Alexandra Reis atravessa a rua com prémio de meio milhão”, “TAP paga 500 mil euros a governante” e durante vários dias assiste-se à discussão em torno da indeminização milionária que a TAP pagou por Alexandra Reis ter renunciado ao cargo de administração na TAP. Quatro meses depois é nomeada para a presidência da NAV Portugal, a empresa pública onde auferiu mais de 8 mil euros por mês. Pouco depois o ministro das Finanças, Fernando Medina nomeia a mesma senhora para o ministério. A trapalhada provoca a demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, enquanto o ministro das Finanças mantém-se no cargo e a secretária de Estado demite-se.

Como se tudo isto já não bastasse para abalar a confiança que os portugueses têm na classe política, é nomeado ministro João Galamba, que conta já com várias polémicas, desde que foram assinadas 14 concessões mineiras num só dia, incluindo lítio em Argemela e volfrâmio em Montalegre (município cujo presidente foi detido e encontra-se em prisão domiciliaria, pela suspeita dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio). E o governo cresce, surge com mais um ministério, o da Habitação e é recrutada mais uma jovem socialista sem provas dadas.

Quando o Presidente da República apelava à estabilidade do governo e anunciava a tomada de posse de novo elenco governativo, eis que surge nova manchete nos jornais “Nova governante com contas arrestadas”, passadas 24 horas, a secretária de Estado da Agricultura que mal acabava de assumir funções, demite-se, assumindo que não tem condições pessoais e políticas para o cargo.

É caso para dizer que algo vai muito mal no governo e nos políticos. Os jornais estão a prestar um bom serviço ao país, contribuindo para o escrutínio que se exige a quem desempenha funções públicas.

Este é um problema do país, que se estende a todos os que foram eleitos e nomeados para cargos públicos, é um dever de todos esses prestar esclarecimentos, dar explicações e mudar comportamentos, porque estão efetivamente sob escrutínio.

Aproveitar para desejar um bom ano de 2023 a todos os leitores do SF e assumir o compromisso que também o SF estará ao serviço desse escrutínio. Faremos o nosso trabalho a bem da informação verdadeira e na defesa da democracia.

Susana Faria

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