Perderam Todos

Como diria o jornalista José Rodrigues dos Santos, “Perderam Todos!”
As noites eleitorais são normalmente marcadas por discursos de vitória de todos os partidos, mas nas últimas eleições legislativas de dia 10 de março o discurso foi, de uma forma geral, ligeiramente diferente. Foi uma noite em que todos perderam, com a exceção de apenas dois partidos que reforçaram o seu número de deputados.
Mas esta noite fica marcada pelo resultado expressivo da 3ª força política, que ao arrepio da garantia de elevação da discussão política no hemiciclo, viu reforçada a sua presença e representatividade. Parece curioso que o ano da celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos coincida com a grande representatividade da extrema-direita no parlamento.
A configuração parlamentar atual, apesar de à data ainda não estar fechada a contabilização de todos os votos, augura uma grande dificuldade governativa, com uma possível e inconsequente instabilidade política que pode pôr em causa a execução do PRR, bem como dos projetos nacionais estruturantes lançados.
Como melhor exemplo, o lançamento do concurso da primeira fase da alta velocidade portuguesa. Recordemos que da última vez, o PSD impediu a sua concretização, tendo como desculpa a situação conjuntural e financeira do país. Espero sinceramente que com as contas certas e a almofada financeira deixada pelo anterior governo, sejam desta vez, capazes de concretizar investimento absolutamente estrutural.
Esperemos que decidam, que façam, que definam! Que se resolva o novo aeroporto de Lisboa, que não regridam em muitos dos avanços conseguidos, nomeadamente no direito ao aborto e à eutanásia e que mantenham a sua palavra do “não é não”.
Estou certo de que os democratas irão estar juntos no combate ao extremismo, para que a liberdade e a democracia continuem a ser a nossa realidade.