Pedro Fidalgo, mais conhecido no mundo da música como NOBLE vai participar no Festival da Canção 2024.
A convite da RTP, o cantor e compositor amarantino pretende não só representar o país, mostrar o orgulho de ser português, mas representar também a região.
O que começou com uma tentativa de tocar saxofone foi evoluindo, com o apoio da família muito ligada à música, para a familiarização com a guitarra. “Sempre foi uma parte vital da minha essência”, diz. Hoje, está numa posição de destaque a nível nacional, tendo passado por diferentes projetos e bandas, tendo conseguido crescer no mundo da música de forma rápida. “Foi quase insaboreável de tão rápido que tudo se proporcionou. Primeiro na novela, depois na rádio”, diz.
O seu processo criativo é algo espontâneo. Surge de momentos casuais, do dia-a-dia, de reflexões. “Normalmente as ideias surgem em momentos em que estou em casa a ver uma série e há uma série, uma notícia, algo que desperta um sentimento em mim. Sinto a necessidade de escrever sobre isso”, conta.
A música que vai apresentar no Festival da Canção chama-se Memory e é sobre uma história entre o pai e o avô. “Nos últimos anos de vida do meu avô ele tinha muito pouca memória”, era o seu pai que cuidava dele, ajudando-o, sem ser reconhecido. “Um dia o meu pai chegou a casa muito triste depois de ter estado com o meu avô que no meio da confusão disse-lhe: não sei quem és, mas obrigado pelo que fazes por mim. Isto mostra também o coração que o meu avô tinha, e a canção é sobre isso mesmo, a tragédia do amor incondicional entre um filho e o pai”, conta.
A par disto tem preparado uma performance que descreve como intimista. “A canção assim o exige, é uma canção sobre a vulnerabilidade e fragilidade humana e quero tentar transpor este sentido”, afirma.
O convite lançado pela RTP foi visto como um passo muito positivo na sua carreira. “é muito bom fazer parte do Festival da Canção que representa uma grande parte da cultura musical”. O músico afirma que esta é uma plataforma onde pode levar a sua música ao mundo, a mais pessoas, “quero poder dizer que sou português, eu canto em inglês, mas sou português”. Reforça ainda a ligação entre músicos e a entreajuda partilhada.
Termina dizendo que tem recebido muito apoio. “Eu não tinha a perceção que o festival chegava a tanta gente e que tinha uma base de fãs tão sólida”. Destaca ainda o apoio entre países participantes da Eurovisão. NOBLE espera que esta experiência lhe possa trazer novas oportunidades na carreira e que possa dizer e mostrar o orgulho de ser português. “Acredito que vá ser uma experiência muito divertida”, conclui.
Breatriz Cunha
