Na política, a ética e a moral deveriam ser faróis orientadores, guiando os passos dos líderes para além do jogo do poder.
Contudo, lamentavelmente, observamos muitas vezes esses princípios nobres sendo eclipsados pela voracidade de poder.
O princípio basilar de quem almeja a política deveria ser a inviolável promessa de jamais trair a confiança das pessoas, da comunidade que confiou o seu destino a esses líderes. É desalentador perceber como alguns, uma vez no cargo almejado, parecem esquecer os compromissos éticos que assumiram anteriormente.
A confiança depositada pelos eleitores deveria ser tratada como um tesouro sagrado, mas em alguns casos, essa confiança é traída, e a moralidade desliza por entre os dedos dos que deveriam ser os guardiões dos valores da sociedade.
A verdadeira essência da política reside em servir a comunidade, contudo, muitas vezes esse propósito nobre é obscurecido por caprichos e interesses pessoais.
A ética, que deveria ser o alicerce, torna-se flexível, adaptando-se convenientemente aos caprichos do poder.
Não obstante, seria injusto pintar todos os políticos com a mesma pincelada de desconfiança. Há, sim, líderes que mantêm a chama da ética acesa, resistindo às tentações do oportunismo político. Esses são os verdadeiros arquitetos da mudança positiva, aqueles que entendem que o poder é um veículo para a melhoria coletiva, não uma ferramenta para autopromoção nem um desfile de vaidades.
É vital que a sociedade exija transparência e responsabilidade aos seus representantes políticos. A moralidade na política não é um luxo, mas sim a espinha dorsal de uma democracia saudável. Devemos elevar padrões, rejeitando qualquer forma de complacência com práticas questionáveis.
Por último, a ética e a moral na política não devem ser meras palavras vazias, mas sim compromissos tangíveis que definem o caráter de uma nação. O futuro político deve ser moldado por líderes que não apenas falam sobre ética, mas que a incorporam em cada decisão, lembrando-se sempre do propósito maior de servir a comunidade que os elegeu.
Este é o caminho para uma política verdadeiramente ética, onde a confiança não é traída, mas cultivada como fundamento essencial.
Jorge Miguel Neves