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De olhos bem fechados

A palavra do ano de 2023, eleita no âmbito da iniciativa da Porto Editora, foi “Professor”, com cerca de 48% dos votos, num universo de 90 mil votantes, seguida de “Médico” e “Inteligência Artificial”.

As centenas e justas manifestações da classe em luta pelos seus direitos, ao longo do ano e por todo o território nacional, mereceram este reconhecimento.

A par dos resultados nas provas de aferição, do chumbo do projeto de Resolução para promover a literacia financeira em contexto escolar e dos cerca de 1100 alunos que hoje, uma semana depois do arranque do segundo período, ainda não têm professor, pelo menos, a uma disciplina, podemos afiançar que a Educação não só não é uma prioridade, como parece não ser, tão pouco, uma preocupação do Governo. Mas não só.

Estudos recentes demonstram que uma percentagem, entre 30% a 40% variável em função do país, dos nascidos entre 1997/2010 (Geração Z) considera não ingressar no ensino superior por vislumbrar que a experiência universitária não garante empregabilidade, nem salários justos, mas também não se revê em licenciaturas/mestrados de 4 anos.

Na nossa região, os números são reveladores: a região norte do pais ainda oferece poucas oportunidades de trabalho qualificado, independentemente de todas as medidas para contrariar a tendência. Mas sendo a maioria destes jovens (Geração Z) ainda a que mais procura prosseguir os estudos e a que tem uma taxa de desistência no Ensino Superior menor, em relação a gerações anteriores, temos assistido e iremos continuar a assistir ao fenómeno emigratório crescente dos nossos mais qualificados com destino a países, que apesar de não devolverem o valor das propinas, oferecem condições de vida muito mais atrativas do que Portugal.

Se formos criteriosos e suficientemente exigentes, podemos alterar o curso dos acontecimentos, não apenas evitar a reencarnação de José Sócrates, mas acima de tudo inverter o jogo.


A Educação é um suporte basilar de qualquer sociedade. E quando esta falha, tudo apodrece! Os números são públicos e os efeitos far-se-ão sentir durante décadas. É urgente uma reforma e reestruturação curricular, assim como criar diversidade formativa, porém criteriosa e de qualidade.

Aprender com exemplos como Singapura, que representa um “case study”, onde a aposta na educação e na qualificação, a par do combate à corrupção permitiram transformar um pais pobre e decadente, numa potência industrial.

Mas também com a Suécia que, no mesmo ano em que Portugal arranca com os manuais digitais, desiste do ensino digital, por ter verificado um declínio da literacia oral e escrita, decorrente deste tipo de aprendizagem exclusiva.

Portugal tem condições favoráveis para ser uma economia próspera e uma sociedade evoluída. Mas vamos continuar a correr atrás do prejuízo, enquanto normalizarmos a corrupção e não fizermos uma aposta séria e honesta na Educação, em todas as suas vertentes.

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” – Immanuel Kant
Fonte: EURES.Europa; Businessinsider; NYPost;

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