A Semana Nacional do Aleitamento Materno é comemorada em Portugal anualmente na primeira semana do mês de outubro.
Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), há uma redução significativa da amamentação após a mãe retomar o trabalho e mais de 500 milhões de mulheres que trabalham estão desprotegidas no direito a amamentar.
Por este motivo, o mote da Semana Mundial e Nacional do Aleitamento Materno de 2023 é “Vamos fazer com que a amamentação e o trabalho funcionem” (Let’s make breastfeeding and work, work!).
O aumento da amamentação exclusiva registado na última década (de 10% para 48%) mostra que as políticas certas fazem a diferença. O objetivo é aumentar ainda mais, mas não se atinge sem proteger as mulheres que lutam pela sua emancipação financeira, social e familiar enquanto decidem ser mães.
De acordo com a OMS o leite materno deve ser oferecido, em exclusividade, até aos 6 meses de vida. Após esse período inicia-se a diversificação alimentar, no entanto deve-se continuar a dar leite materno até, pelo menos, aos 2 anos de idade devido aos seus benefícios para o desenvolvimento físico e mental do bebé.
Amamentar é uma das formas mais naturais e importantes de alimentar um bebé. Além dos benefícios nutricionais, a amamentação tem sido associada a uma série de vantagens para a saúde tanto da mãe quanto do bebé.
Contudo, amamentar nem sempre é um “mar de rosas”. São inúmeros os desafios que surgem, as incertezas, a ansiedade e o stress para que este processo seja perfeito.
Cada mãe é uma mãe e cada bebé tem as suas características específicas. É essencial ter consciência e aceitar que não há uma “fórmula mágica” e que o que é bom e funciona para uma mãe e um bebé pode não funcionar noutros casos.
Por outro lado, a amamentação também pode ser dificultada pelas políticas laborais.
Apela-se à proteção e existência de recursos e condições que favorecem o aleitamento materno. Não pode persistir a ideia de que amamentar se trata apenas de uma escolha individual, cujo resultado mais não faz do que desincentivar, culpabilizar e frustrar a mulher.
Para os pais que trabalham fora de casa, conciliar a amamentação com as demandas do trabalho pode ser um desafio, entre elas: tempo limitado, a falta de um local adequado e privado para amamentar ou extrair leite, conflito de prioridades, sentimentos de culpa ou estresse, produção de leite insuficiente ou queda na produção, cansaço e exaustão, entre outros.
Havendo benefícios claros da amamentação para a saúde, os custos da proteção laboral da amamentação devem ser vistos como um investimento em saúde pública e repartido pela sociedade.
O regresso ao trabalho pode ser um desafio da amamentação, contudo não deve representar o abandono do aleitamento materno!
A Semana Nacional da Amamentação é, portanto, uma oportunidade para promover a conscientização e o debate sobre esse assunto tão relevante.
A participação de pais, familiares e amigos é incentivada para que todos possam compreender e apoiar os pais nesse momento crucial.
É importante lembrar que cada mãe enfrenta desafios únicos. Consultar um profissional de saúde ou um especialista em amamentação pode ajudar a superar algumas dificuldades.
Pode procurar um especialista em amamentação na Unidade de Cuidados à Comunidade em Felgueiras.
Fiquem atentos em benefício da vossa saúde.
Um Conselho da UCC Felgueiras.
Carla Filipa Gomes da Costa, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica.
