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“É bastante difícil ser estudante deslocado”

Felgueiras não está preparada para receber universitários deslocados

Numa cidade onde o calçado é obra de arte, o pão de ló nacionalmente conhecido, e o vinho delicado, há quem venha de terras longínquas em busca do sonho de se formar.

Lara Costa e Duarte Martins são exemplo disso, vindos de Aveiro e Almada respetivamente, os jovens portugueses procuraram a cidade de Felgueiras para se licenciarem na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), pertencente ao Instituto Politécnico do Porto (IPP).

Deslocados há um ano das suas terras de origem, os universitários afirmam não ter sido fácil encontrar habitação, isto porque, segundo Lara, estudante de Ciências Empresariais “a quantidade de anúncios disponíveis na internet para esta zona é muito reduzida”, tendo de se deslocar até Felgueiras, para assim, conseguir encontrar mais anúncios habitacionais, o que acabou também por acontecer com o estudante de Almada.

Com a soma das despesas essenciais, entre elas a habitação, a luz, a água, o gás, a alimentação, os transportes e as propinas, o que resta é “um valor reduzido” expressa Lara, acrescentando que consegue ainda fazer alguns gastos extra em lazer e cultura.

Independentemente de beneficiar da bolsa da Direção Geral do Ensino Superior (DGES), a estudante aveirense, menciona que o valor fornecido por esta via, apenas lhe permite efetuar o pagamento das propinas, não auxiliando outras despesas.

Ao contrário de Lara, Duarte não beneficia de bolsa, nem é trabalhador-estudante, segundo o mesmo, “já pensei em arranjar trabalho”, tendo vindo a desistir desta possibilidade, devido ao estudo intensivo e ao foco escolar, que não o permitem desempenhar tarefas extracurriculares.

Já a estudante de Ciências Empresariais, afirma trabalhar aos fins de semana em Aveiro, para assim conseguir suprir as suas necessidades e despesas, acrescentando que a distância não lhe permite “ir a casa todos os fins de semana influenciando assim o meu rendimento”.

Com todas as dificuldades sentidas por parte dos estudantes inquiridos, estes afirmaram que a cidade de Felgueiras não se encontra preparada para receber alunos deslocados, dado que “a oferta ainda é pouca e a divulgação de quartos é muito arcaica” expressa Lara Costa.

De forma a enfrentarem tais adversidades, Duarte Martins sugere a oferta de residências universitárias e implementação de plataformas, que auxiliem os estudantes a encontrar casa/quarto.

Longe das suas famílias e com o sonho na mão, há semelhança de outros jovens universitários portugueses, Lara afirma que é “bastante difícil ser um estudante deslocado”, acrescentando ter de conviver com os gastos, com as saudades de casa, a adaptação a uma cidade completamente diferente, entre outros fatores. Ainda assim, refere-se a esta experiência como sendo única, e algo que “nos faz crescer imenso enquanto pessoas e enquanto universitários”.

Rui Morais

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