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PSD alerta para a situação atual da indústria do calçado

“Queda acentuada das exportações do calçado” Rui Oliveira, deputado do PSD

Na passada Assembleia Municipal, Rui Oliveira, deputado do PSD alertou para a situação que vive atualmente a indústria de calçado, um dos pilares fundamentais da economia local.

Afirma que se está perante um cenário de quebra abrupta de exportações, redução das encomendas, custos acrescidos de financiamento e grande dificuldade no imediato de inverter uma tendência conjuntural negativa estando, portanto, na iminência de muitas empresas e famílias do concelho virem a passar momentos de incerteza, nomeadamente quanto aos seus postos de trabalho.

Refere que a realidade do dia-a-dia de muitos empresários é o aumento das dificuldades até ao fim do ano. Assim, o PSD considera que o executivo municipal deve estar vigilante, antecipe medidas de apoio às famílias e possa convocar todos os parceiros sociais e institucionais, as escolas, o centro de formação, a ESTG, o IAPMEI, o ministério da economia no sentido de “antecipar medidas estratégicas para este setor” e trabalhar de forma articulada, como um todo.

O PSD alerta para um cenário real de grandes dificuldades no tecido empresarial e que o executivo deve equacionar medidas excepcionais de apoio às empresas. Garante que o PSD está disponível para apoiar e colaborar nessa estratégia.

Sobre esta preocupação e alerta do PSD, o presidente Nuno Fonseca refere “nós estamos atentos àquilo que são as preocupações da indústria. Em 2021 isentamos as empresas da taxa de derrama e agora colocamos novamente porque as empresas tiveram lucros e, portanto, tem de ser solidárias. Mas reduzimos o IRS à população e isso vai refletir-se no dia-a-dia das pessoas”.

Acrescenta que a câmara tem acompanhado as empresas nas atividades diárias porque todas as semanas com as presidências abertas, fazem visitas a muitas empresas e sentem as preocupações.

O nosso jornal abordou as comissões politicas dos partidos políticos com assento na AM e CM e o presidente da Câmara Municipal, no sentido de obter reações e estratégias a definir para o atual momento que se vive, mas não obteve respostas.

Procurou também junto do CTCP – Centro Tecnológico do Calçado de Portugal saber a posição sobre estas notícias e de que forma se poderá atuar. Luísa Correia, diretora geral referiu que a APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos daria as respostas às nossas questões.

Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS respondeu ao SF lembrando que “o setor exporta mais de 95% da sua produção e que cresceu mais de 20% no último ano e atingiu mesmo os melhores resultados de sempre. Dificilmente estes resultados se voltarão a repetir”.

“Este será um ano de grande exigência para o calçado português” diz Paulo Gonçalves. E acrescenta que “este ano começou a um ritmo muito positivo, mas o facto de os principais mercados de destino do calçado português enfrentarem uma situação econômica débil, mesmo anêmica, ou de recessão técnica, condicionará, os resultados do ano”.

Refere que a evolução do setor estará sempre dependente da evolução da conjuntura internacional e que a associação tem consciência de que os próximos meses serão de grande exigência.

“Até maio, de acordo com o INE, Portugal exportou 30 milhões de pares, no valor de 784 milhões de euros. Relativamente ao ano anterior, regista-se um recuo na ordem dos 10% em quantidade e 0,7% em valor. O preço médio aumentou 11% para 26,12€.
Estes números estão em linha com o que se passa com os nossos principais concorrentes, nomeadamente Itália e Espanha.
Há vários mercados em situação de claro abrandamento. O pequeno retalho na Europa tem vindo a ser fustigado e, com isso, encerraram milhares de sapatarias nos dois últimos anos. A título de exemplo, na Alemanha, o principal mercado de destino das exportações portuguesas de calçado, encerram 1500 sapatarias só em 2022.
Muitos destes pontos de venda eram clientes das nossas empresas” declara Gonçalves ao SF.

Paulo Gonçalves garante que a APICCAPS está a acompanhar a situação do setor e a apoiar as empresas nas áreas jurídica, comercial ou técnica e que tem mantido um diálogo contínuo e muito próximo com vários membros do Governo, procurando construir mecanismos que reforcem a competitividade do setor.
Refere inclusive, que recentemente, o Secretário de Estado da Economia dedicou um dia a visitar o setor e nessa visita interagiu com empresas de todos os segmentos do cluster e das diferentes regiões da indústria.

“Do ponto de vista técnico, tecnológico e mesmo ao nível de desenvolvimento de novos produtos, as nossas empresas têm fortíssimos argumentos” defende Paulo Gonçalves.

Mas lembra que as empresas têm que ir à procura dos clientes e que foi a atitude comercial agressiva que tornou o setor do calçado o mais internacionalizado da economia portuguesa.
“Não podemos estar parados, seja a visitar mais clientes, desenvolver novos produtos ou mesmo reforçando os investimentos em promoção comercial externa” afirma o porta-voz.

Alerta que países como Brasil, China ou Turquia reforçaram muito a presença nas feiras que se seguiram à pandemia, “infelizmente, quando a conjuntura internacional normalizar, esses países vão estar melhor preparados do que nós para aproveitarem as oportunidades” assume.

No que se refere ao layoff, Paulo esclarece que a APICCAPS há muito que defende que é uma excelente medida de gestão, nomeadamente para atenuar situações conjunturais complexas, e que essa foi uma das aprendizagens da pandemia. Não devendo, por isso, ser estigmatizado.

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