A Câmara de Felgueiras negou o hastear da bandeira LGBTQIA+, mas a primeira marcha pelos direitos LGBTQIA+ já ocorreu. Na tarde de sábado, dia 29, o coletivo Felgueiras Fora do Armário ergueu a voz contra o preconceito.
Às 15h, em frente a Biblioteca Municipal, ativistas de todas as áreas, juntaram-se para dizer “não” a homofobia.
Sob o lema “Felgueiras não se rende e o orgulho não se vende”, a caminhada chegou até à Câmara Municipal, onde uma bandeira com as cores do arco-íris foi estendida nas escadas do jardim que se localiza em frente ao local.
Representantes de coletivos tiveram a oportunidade de falar, assim como pessoas que participavam na marcha. E o manifesto foi lido pelo Felgueiras Fora do Armário.
“Estamos aqui hoje, a fazer história na cidade de Felgueiras. O coletivo surgiu na necessidade que se foi manifestando no dia a dia desta cidade”, introduz o documento.
“Somos seres humanos, livres, com vontade e opinião própria. Há discriminação na cidade, no município, nas escolas, nas instituições de saúde, nas empresas… A nossa luta existe exatamente por este motivo. Para mostrar que somos pessoas que merecem todos os direitos que qualquer outra pessoa tem”, conclui outra parte do manifesto.
“Antes da celebração do dia internacional contra a homofobia, transfobia e bifobia, que se celebra no dia 17 de maio, consideramos que era do interesse do município manifestar o seu apoio a esta comunidade. Por conseguinte, sugerimos à câmara de Felgueiras que autorizasse o hastear da bandeira LGBTQIA+ nos paços do concelho. Obtivemos resposta negativa por alegadas questões de protocolo.
Sugerimos outra alternativa, que passava pelo hastear da bandeira na Casa das Artes, por ser uma referência cultural na cidade. Também obtivemos resposta negativa, por parte da ACLEM – empresa municipal, passados 2 meses, alegando que não havia meios físicos para levar a cabo esta proposta.
Tentamos uma terceira solução, hastear da bandeira LGBTQIA+ nas instalações da Biblioteca Municipal de Felgueiras onde se iniciou a marcha de hoje, mais uma vez, a resposta foi negativa, alegando o protocolo municipal.
A duas semanas da realização da marcha, surgiu uma nova informação que poderia ter condicionado toda esta operação. Fomos contactados por um membro da polícia municipal, que nos informou da necessidade de existir uma licença para ocupação da via pública, que teria que ser sujeita à aprovação pela vereação. Podemos, desta forma, agradecer a colaboração deste órgão municipal, pela preocupação e pela informação, pois de outro modo não teríamos sido esclarecidos atempadamente por forma a viabilizar esta marcha.
Nem só de acontecimentos negativos se fez esta conquista. Esta marcha, resulta de um culminar de lutas, obstáculos, mas o seu objetivo final está a ser atingido hoje”, declararam em frente à Câmara Municipal.