À medida que navegamos no fluxo implacável do tempo, somos confrontados com transformações nas marés populacionais, o que resulta num acréscimo do volume de resíduos gerados pela força humana.
Isso é consequência do consumismo exagerado e das poucas ações de reutilização e reciclagem, como se a mão que segura o talher se esquecesse de pôr na balança o valor da porcelana.
Atualmente, a maior parte desses resíduos vão para os aterros sanitários. No entanto, apesar dos esforços para envernizar o solo e mitigar os efeitos colaterais ambientais, é inegável que essas instalações apresentam desvantagens.
Conscientes da necessidade de uma gestão adequada dos resíduos produzidos, questionamo-nos se não seria sensato adotar uma abordagem mais perspicaz e de longo prazo para enfrentar essa problemática.
Surge, assim, o tema que a nossa estimada Freguesia de Jugueiros enfrenta.
Uma localidade cuja beleza paisagística é fator de destaque, e que se vê ameaçada por pragas de mosquitos e roedores, além da poluição do ar e dos riscos de contaminação das águas, resultantes da possível construção de um aterro sanitário a uma distância mínima de 100 metros da população.
É importante incorporar abordagens holísticas e visionárias para a gestão dos resíduos, através de soluções sustentáveis, como a implementação de práticas de reciclagem, redução do consumo desenfreado e do reconhecimento do valor dos recursos naturais.
É imprescindível adotar uma perspetiva mais ampla, contemplando não apenas o aspeto financeiro imediato, mas também os impactos de longo prazo e as oportunidades que se transformam em soluções mais sustentáveis e ecológicas.
Investir na preservação do meio ambiente e na qualidade de vida das gerações futuras funciona como uma bússola apontando o norte para um destino mais sensato e na nossa balança, a qualidade de vida e os interesses dos cidadãos estarão sempre em primeiro lugar.
Bruno Fonseca Lobo
