A Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) lançou a iniciativa “Roteiro do Conhecimento”, direcionada para alunos do primeiro, segundo e terceiro ciclos e vai percorrer dezenas de escolas.
Até 2030, a indústria europeia da moda vai necessitar de 500 mil novos colaboradores. Dados da Comissão Europeia dizem que afetará, em particular, países como Espanha, França, Itália e Portugal, e o diagnóstico comum a outros setores.
O projeto, a desenvolver nos próximos três anos, selecionou 85 escolas de Felgueiras, Guimarães, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, onde a indústria está mais representada. Nestes concelhos serão desenvolvidas iniciativas pedagógicas direcionadas aos três primeiros ciclos de ensino, procurando sensibilizar os jovens alunos para o potencial e novas áreas de trabalho numa indústria e, em especial, para o mundo dos sapatos.
“Continua a existir na sociedade um conjunto de estereótipos relacionados com os setores industriais que importa desmistificar. Ainda que não seja um problema exclusivamente português, há um trabalho de proximidade a desenvolver. (…) As autarquias das zonas de forte concentração da indústria de calçado serão autênticas parceiras deste Roteiro do Conhecimento e desempenharão um papel de grande relevância no desenvolvimento da programação pedagógica”, frisa um comunicado da APICCAPS.
Com 40.730 trabalhadores, a fileira lusa do calçado criou 3259 postos de trabalho (+8,7%) em 2022, ano em que o cluster do calçado e artigos de pele exportou um recorde de 2347 milhões de euros (+22%), resultante de crescimentos em todos os segmentos da fileira. No que respeita aos sapatos, Portugal exportou 76 milhões de pares de calçado, no valor de 2009 milhões de euros, o que representa saltos de 10,5% em quantidade e 20,2% em valor comparativamente ao ano anterior.
Este “Roteiro do Conhecimento” enquadra-se no Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030 que pretende transformar a indústria de calçado na “referência internacional e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva”, sublinhou a Associação.