Cristina Pereira tem 34 anos e quando concluiu o ensino secundário alistou-se ao Exército Português, onde iniciou a sua carreira militar, tendo permanecido nessa instituição durante 6 anos. Em virtude da não existência de quadros de praças no Exército, ponderou outras opções relacionadas com a carreira militar, tendo decidido concorrer à GNR. Frequentou o curso de formação de guarda em Portalegre, sendo a sua primeira colocação no Posto de Odeceixe, no Algarve.
Durante quatro anos trabalhou na área do combate aos incêndios florestais de grande dimensão, na Companhia de Ataque Estendido (CATE) de Mirandela e neste momento presta serviço no Posto de Intervenção de proteção e socorro de Fafe. As maiores dificuldades neste tipo de missão são as normais associadas ao combate aos incêndios. Estes colocam, sem dúvida, um elevado risco à integridade física e requerem uma excelente preparação física e psicológica para trabalharmos em segurança.
Conta que ao longo dos seus quinze anos de vida militar, que se recorde, não sentiu qualquer preconceito perante a sua profissão. Na sociedade que vivemos já não há profissões de homens ou de mulheres, mas sim pessoas que se sentem/identificam mais com algumas profissões que outras. Quando escolhi esta profissão, nem pensou nisso. Na sua ótica, uma mulher pode fazer igual ou melhor que um homem neste tipo de profissões mais associadas aos homens. Depende sempre das pessoas e das suas competências. Partilhou que na CATE de Mirandela efetuava todo tipo de trabalho que efetuavam os homens, inclusive a condução das viaturas pesadas, onde obteve sempre a confiança dos seus superiores e dos pares no cumprimento da missão, sendo sempre tratada com respeito e igualdade.
Contou ainda que nesta profissão as oportunidades são as mesmas para homens e mulheres. Para certos cargos é necessário concorrer e certos cursos de promoção que requerem treino e estudo, sendo os requisitos iguais para homens e mulheres, exceto na parte física que os requisitos são adaptados à fisionomia das mulheres e os valores são mais baixos . A valorização salarial é igual para homens e mulheres, não existe qualquer discriminação, sendo efetuada conforme o posto que ocupam, independentemente do género.