Olívia Teixeira tem 40 anos e é motorista de pesados há cerca de 2 anos. Trabalhava numa fábrica de palmilhas e decidiu mudar a sua vida radicalmente e acompanhar o marido que já é motorista de pesados há 19 anos.
Fazem percursos longos a nível internacional e carregam desde peixe fresco, peixe congelado, frutas, legumes e algum têxtil.
As maiores dificuldades que diz encontrar neste tipo de profissão são mesmo os locais onde podem fazer a higiene pessoal. Normalmente os homens não precisam de tanta “privacidade” (se é que lhe podemos chamar assim) como uma mulher. Para ela torna-se sempre mais complicado.
Conta que felizmente nunca sentiu qualquer tipo de preconceito na sua profissão. Claro é que está sempre acompanhada do marido, mas mesmo assim nota-se que há cada vez mais mulheres nesta profissão (algo que há poucos anos atrás era impensável).
Considera que teve sempre a ideia de que não há trabalhos que sejam de homens ou que sejam de mulheres. As mulheres são mais do que capazes de fazer igual. E cada vez se veem mais mulheres em qualquer ramo de trabalho.
Por experiência própria diz que não teve qualquer problema em ser contratada. Se houver conhecimento e experiência no setor, normalmente não há qualquer entrave a que consigam o cargo.
Aquilo que acha, mas numa perspetiva mais geral, é que esta é uma profissão que devia ser mais valorizada. Deviam ter inspeção médica com maior frequência, por exemplo, pois isso tem feito com que haja cada vez menos pessoas a quererem este tipo de trabalho.