Foi anunciada para dia 29 de julho de 2023 a primeira Marcha do Orgulho LGBTQIA+ de Felgueiras.
A comunicação partiu do coletivo “Felgueiras Fora do Armário” e surge na sequência de várias marchas que se realizaram ultimamente no norte do país e que culminaram recentemente com a primeira edição da marcha de Vizela.
“Somos o 1º grupo de ativistas da comunidade LGBTQIA+ da nossa cidade. Para já somos só quatro elementos que, por curiosidade, somos dois casais homossexuais: o Diogo Martins e o José Melo, a Ana Pinto e a Renata Oliveira”, revelam na redação do Semanário de Felgueiras. “Nunca sofri diretamente nenhum tipo de preconceito, mas muitas vezes há piadas indiretas que me afetam”, sublinha Diogo Martins.
O grupo “Felgueiras Fora do Armário” está presente no Instagram e surgiu no final de julho deste ano. Foi inicialmente criado com o intuito de organizar a 1º Marcha LGBTQIA+ de Felgueiras, mas, segundo Diogo, logo perceberam que teriam de fazer muito mais. Para além da marcha estão a trabalhar para conseguirem um espaço físico no concelho onde possam realizar debates, conversas, palestras ou apenas convívios. Preveem consegui-lo no final deste ano.
Ao SF explicaram o significado da sigla LGBTQIA+, que está mais que nunca na ordem do dia e representa as diversas minorias sexuais e identidade de género. As letras significam: lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros, queer, intersexo, assexual e com um sinal “+” para reconhecer todas as diversas possibilidades de orientações sexuais e identidades de gênero que existam. Referem que “é preciso insistir na educação, para que a sociedade possa evoluir de forma mais tolerante e respeitadora das escolhas individuais de cada um”.
Diogo é operador de produção numa fábrica de calçado em Felgueiras e contou ao SF Jornal que “o setor do calçado é o pior. Há muito machismo. Não podemos ficar em silêncio quando não somos respeitados.”
A sua principal missão e objetivo é ajudar e alcançar mais pessoas que estejam numa situação de discriminação e afirmam que a comissão consegue ajudar a denunciar situações de homofobia pela internet. Destacam também o apoio psicológico que se propõem prestar, nomeadamente em situações de rejeição por parte das famílias e que, segundo Diogo Martins que sofre na pele essa rejeição, acabam muitas vezes em suicídio.
Ainda a propósito da distinção do Município de Felgueiras na 6ª edição do Prémio Viver em Igualdade e o reconhecimento de Felgueiras como um dos melhores locais para viver em igualdade, os membros do grupo “Felgueiras Fora do Armário” dirigiram-se à Câmara Municipal para questionar o que foi feito no âmbito do combate à discriminação em razão da orientação sexual, identidade de género e características sexuais (OIC) e foram informados que foi ministrada formação aos professores e funcionários das escolas. Informaram, ainda, que não foram recebidos nem pelo presidente da autarquia, Nuno Fonseca nem pela vereadora responsável.
Elsa Ferreira