Na campanha autárquica de 2017 um dos temas de destaque foi a questão “Serralves” e o acordo que a Camara de Felgueiras liderada por Inácio Ribeiro pretendia assinar com a prestigiada fundação cultural.
O PSD à época defendia uma parceria com Serralves que consistia na articulação e dinamização de ações culturais a nível regional, nacional e internacional criando e explorando novos contextos criativos, dinâmicas territoriais e formação de públicos em torno da Arte contemporânea, da educação e do ambiente. Essa parceria teria um custo de 100.000 € para 4 anos, ou seja, o investimento por ano seria de 25.000 €.
Ora, esta foi uma das mais fortes bandeiras do Sim Acredita/PS de Nuno Fonseca para criticar o montante excessivo a investir nessa aposta cultural para Felgueiras.
Terão os eleitores percebido a critica? Seria o valor de 25.000 € despropositado para que Felgueiras fizesse parte integrante do “roteiro” cultural da fundação Serralves?
Talvez Inácio Ribeiro não tenha comunicado bem, talvez não tenha explicado bem em que consistia esse acordo/parceria.
Hoje, e já decorridos 5 anos, pode-se questionar, 25.000€ era um investimento excessivo para “fazer parte de Serralves, um polo de referência e centro de conhecimento em Portugal? Para integrar um roteiro na Arte contemporânea, Arquitetura, Paisagem? Para promover a diversidade cultural? Para atrair públicos diversificados num trabalho conjunto com a ACLEM (a empresa municipal da Arte, Cultura e Lazer) na dinamização e promoção de atividades culturais no concelho, que envolvam a população de Felgueiras?
Pode-se lançar a contradição ou comparação, se quiserem. Será ou não excessivo o “investimento” nas excursões à Quinta da Malafaia que a CMF tanto tem publicitado em comparação com a parceria Serralves proposta? Segundo se sabe, um único dia de festa na Malafaia custa aos cofres municipais 63.000€!
Nada temos contra a Malafaia, muito menos contra o convívio dos menos jovens das nossas freguesias, mas duma coisa somos testemunhas, a cidade continua deserta e muito pouco se fez para que a cultura e esses convívios sejam realizados na nossa terra.
Na opinião de muitos, a aposta está errada. Se houvesse uma estratégia política a médio/longo prazo eficaz, não se gastava tantos euros em excursões, fazia-se sim uma aposta consistente nas iniciativas/eventos feitos no concelho, criando hábitos culturais, riqueza para quem vive cá todo o ano e proporcionavam-se esses momentos de lazer, diversão e porque não cultura, aos nossos menos jovens.