A Associação animal “Querido Aconchego” emitiu um comunicado onde esclarece a sua real situação, dando nota que a falta de informação dá origem a comentários “impertinentes e desnecessários”, sobretudo no que toca a apoios.
“Não temos qualquer tipo de apoio por parte da autarquia seja ele monetário, físico ou colaborativo. Fomos intimados pelo presente executivo a abandonarmos as instalações onde colocávamos os canídeos ao encargo da Querido Aconchego em agosto do ano anterior”, começam por explicar.
Segundo a Associação, ficaram sem o abrigo em setembro de 2020 e criticam a autarquia que acusam de ter prometido “mundos e fundos”, como um espaço físico com todas as condições necessárias para cães e gatos, uma verba anual para manutenção e despesas veterinárias e uma parceria de trabalho com o canil municipal, o que nunca se verificou.
“Não temos espaço físico devido à falta de palavra do presente executivo”, acrescentam.
No mesmo comunicado explicam que em Felgueiras não existe um gatil e como tal, os animais têm ficado ao encargo da Querido Aconchego.
“Continuamos a fazer o nosso trabalho devido à ajuda de famílias de acolhimento temporário. Temos o apoio de outra associação mais capacitada, que nos apoia tanto no alojamento de animais como no pagamento de despesas veterinárias ou estadias em hotéis de animais”, explicam.
A Querido Aconchego explicou que tem a seu encargo cerca de 150 animais e que o único apoio monetário que dispõe são donativos da população e de outra associação local, apesar de “não ter qualquer tipo de ajuda por quem de direito”.
“Estamos a tentar uma reunião com o Presidente da Câmara de Felgueiras há quatro meses mas sem sucesso. Infelizmente a causa animal continua a não ser vista como uma prioridade, visto que estamos a falar de bem estar animal e de uma questão de saúde pública que interessa a toda a população”, afirmam.
Na mesma publicação adiantam que “a única ajuda que a Associação recebeu por parte do presente executivo, foi uma transferência de 16.800€ em dezembro de 2020, para liquidação de despesas veterinárias e ou estadias de animais em hotel depois de um ano e meio de chamadas constantes para a Câmara Municipal) e uma verba no primeiro ano do mandato do presente executivo no valor de 20.000€ no ano de 2017/2018, que só foi cumprido e a muito custo, pois foi um protocolo assinado ainda com o anterior executivo”.
A associação dedicada aos animais esclarece que “todo o dinheiro foi única e exclusivamente utilizado para pagar despesas associadas aos animais acolhidos pela Querido Aconchego” e que gastam uma média mensal de 5 mil euros em veterinários e hotéis para animais.
“Podemos tirar rápidas conclusões sobre os valores apresentados. É inadmissível uma Associação que está a fazer serviço público sem qualquer tipo de remuneração, não seja apoiada pela autarquia. A ajuda que nós pedidos não é para nós pessoas, mas sim única e exclusivamente para os animais”, terminam.