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Quinta de Maderne

31 anos!

Hoje o SF celebra 31 anos de publicações.
Nesta edição dos 31 anos de SF ouvimos e registamos o balanço dos 4 anos do mandato do movimento “Sim Acredita” liderado por Nuno Fonseca, Presidente da Câmara.

No dia de aniversário gostaria de refletir com os nossos leitores sobre um tema atual e pertinente. No decurso de mais um ano, a Directora do jornal assiste todos os dias àquilo que parece ser uma preocupante falta de liberdade de expressão.

Liberdade de expressão em sentido lato, que pode englobar ausências de carácter, de convicções, de alheamento geral e até alguma preguiça.

Ouvi algumas vezes a afirmação de que a “política” poderia ser uma actividade menos digna, carregada de vícios e pouco recomendável. Nunca concordei, a política é uma expressão de cidadania, de discussão de opções e de caminhos que possam conduzir às melhores soluções, se encarada como tudo o resto, com seriedade.

Ao longo destes 31 anos e de milhares de páginas escritas, o sentimento hoje é de alguma frustação, talvez tenha sido sempre assim, mas hoje, quando se abordam as pessoas, seja em entrevistas profissionais, seja de cariz mais intimista e pessoal, seja ainda em artigos de opinião ou simplesmente um breve comentário sobre determinado assunto, poucos se querem expor, poucos dizem o que pensam e quando o dizem e ponderam sobre isso, hesitam e recuam.

O peso da opinião pública e das organizações abafa a livre expressão dos cidadãos.
Afinal não vivemos num país livre?


Os médicos e os professores obdecem às orientações tutelares, os juízes e os agentes da justiça não podem falar, os agentes da segurança obdecem à cadeia de comando, os empresários não arriscam fora do discurso politicamente correcto, os empregados temem as entidades patronais, os desportistas defendem-se dos clubes e dos empresários que os podem contratar, os treinadores repetem ideias feitas e um discurso sem conteúdo antes que sejam despedido…finalmente, os politicos fazem discursos redondos, fogem às perguntas e discursam conforme o momento, as plateias e as conveniências.

É mais cómodo e muitas vezes obrigatório não pensar, não ter ideias e não desenvolver acções.
Ensinaram-me a ter opinião, incentivaram-me a transmiti-la, a defender ideias e projectos, a ter convicções e não abdicar de dizer não, que não concordo e que tenho outras soluções. A respeitar o contraditório, mas a lutar pelos ideais!

Vivemos tempos de falta de afirmação, de carácter e de algum medo.

Carácter! Por definição, um conjunto de caracteristicas que distingue as pessoas e até um povo. Um traço distintivo, uma formação moral, fibra…

Faltarão mais pessoas a afirmarem-se individualmente, a insurgirem-se perante o que consideram mal para o colectivo. Muitas vezes limitam-se a apoiar e concordar com os poderes instalados, com os mais fortes.


Temo que possamos voltar a tempos de pouca liberdade e aí, não tardará que o SF como outros jornais desapareçam e a informação, a opinião, a liberdade de expressão estejam de facto ameaçadas.

Neste dia de aniversário do SF desafio os leitores a opinar, a discutir e a comentar com elevação nas nossas páginas para que a liberdade de expressão se mantenha e se expresse.

Parabéns Semanário de Felgueiras!

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