Cândido Vítor Gonçalves nasceu em Trás os Montes a 7 de agosto de 1960. Foi em Paradinha Nova, Bragança, que passou a sua infância.
Estudou História e Filosofia, nos Açores, antes de ser professor. Foi na Escola Secundária de Felgueiras, onde criou amizades e a estima de muitos alunos, marcando sucessivas gerações, que fez grande parte da sua carreira. Felgueiras seria a sua terra adotiva.
Homem cordato e com uma postura serena, foi um docente que ainda hoje é recordado pelos seu antigos alunos como competente, exigente e interessado na aprendizagem.
Os colegas de docência, lembram-no com um bom companheiro, simpático, metódico e organizado.
Além da sua atividade profissional, Cândido Gonçalves, teve participação ativa, em termos sociais e políticos, desde a década de 90 do século passado, na cidade de Felgueiras, que o acolheu e onde residiu dezenas de anos.
Foi deputado municipal, eleito nas listas do PSD, partido do qual era militante. Fez parte da Comissão Política do PSD Felgueiras. Foi o responsável pelo Gabinete de estudos da concelhia de Felgueiras alguns anos, onde se destacou pela forma assertiva como ajudou a estrutura a afirmar-se no panorama político local.
“Era um homem convicto e correto. Estava acima da ‘partidarite’. No entanto, era efetivamente um social-democrata ativo e com convicção. A sua morte é uma perda pelo contributo que ofereceu à sociedade ao longo do muitos anos”, disse ao SF Joaquim Ribeiro, atual Vereador do PSD, amigo pessoal e companheiro das lides partidárias.
Também o empresário Manuel Faria, amigo de Cândido Gonçalves, lamentou profundamente o seu desaparecimento. “Parte um amigo, um companheiro, um homem excelente. Não esqueço o seu carácter, a sua retidão e a forma calma, sensata como encarava as questões que iam surgindo”, referiu.
Para Manuel Faria, Cândido Gonçalves “foi um companheiro na luta política autárquica”, lembrando que ambos “partilharam objetivos comuns inerentes à terra que o Cândido tomou como sua”. Destacou a sua faceta de cidadão interessado no desenvolvimento de Felgueiras como “um colaborador regular do Semanário de Felgueiras, expondo ideias e defendendo valores que engrandecem uma terra e as suas gentes”.
Com efeito, Cândido Gonçalves foi colunista regular do Semanário de Felgueiras, onde escreveu sobre diversos temas de interesse concelhio em sucessivas edições. Um colaborador pontual e meticuloso. Sempre que vinha à nossa redação, havia sempre um sorriso e um obrigado por cada artigo publicado, em jeito de humildade, uma caraterística que o distinguia.
Faleceu esta terça-feira, aos 61 anos, vítima de doença prolongada. Felgueiras ficou mais pobre. Perdeu um filho adotivo interessado no seu desenvolvimento.