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“Eu era um homem do desporto” revelou Virgílio Ferreira, campeão nacional de boccia

O atleta felgueirense, Virgílio Ferreira sagrou-se, este fim de semana, no pavilhão multidesportos Dr. Mário Mexia, em Coimbra, campeão nacional de boccia na classe BC3 – 2 divisão, com a consequente subida à 1ª divisão.

O SF quis saber mais sobre o atleta, e Virgílio Ferreira, natural da Lixa, contou-nos um pouco como tudo começou.

Em 2007 teve um acidente de viação, “eu era um homem do desporto, todos os dias o ginásio fazia parte da minha rotina” revela-nos o atleta.

Após o acidente, iniciou um período de reabilitação e os primeiros cinco anos passou-os longe de casa e da família. Quando regressou, uma amiga, sabendo da sua paixão pelo desporto apresentou-lhe o boccia. Mas confessa que em 2012 ainda não estava preparado. Arrependeu-se disso, pois nesta altura já teria 12 anos da prática da modalidade.

“Nunca é tarde para um sonho”

Virgílio Ferreira

Voltou a ser desafiado em 2018 para fazer parte de um projeto de desporto adaptado numa associação de Felgueiras, a Salta Fronteiras Associação, mas infelizmente dois dias depois da sua primeira competição em 2021, a pandemia parou Portugal e o Mundo durante dois anos.

Nesses dois anos a associação ficou com alguma indefinição, e surge a oportunidade de Virgílio Ferreira representar o Futebol Clube do Porto, e o atleta não hesitou.

Conta-nos que é uma modalidade apaixonante por toda a envolvência entre atletas, assistentes, treinadores e todos aqueles que amam o boccia.

“Para mim o boccia é realização pessoal, é um desporto exigente que me motiva a ser cada vez melhor, é uma competição interna, nunca será ser melhor que ninguém, mas sim de superação continua. não só ao nível pessoal mas como dupla e casal.”

Virgílio Ferreira

E acrescenta que no dia em que o boccia for sinónimo de outra coisa qualquer, é o último dia do Virgílio como atleta na modalidade.

O boccia destina-se a atletas com deficiência motora (paralisia cerebral em cadeira de rodas, ou doenças neuromusculares), podendo ser disputado individualmente, em pares ou por equipas de três elementos, sem divisão por sexos.

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