Teresa Lusquiños, tem 31 anos e é terapeuta desportiva no CRCD Varziela e CRP Barrosas. É licenciada e pós-graduada em Reabilitação Psicomotora, com formação em quiromassagem. Iniciou a sua atividade como terapeuta desportiva em 2019, na equipa sénior do Varziela.
Fora do contexto do futebol, exerce funções como terapeuta num clube de atletismo, o NBA Barrosas e, ainda, em contexto de gabinete e domicílio. Na fase em que está diz que a maior dificuldade que encontra na sua profissão prende-se com a questão horária, uma vez que os treinos se realizam durante a semana em horário noturno, e os jogos acontecem ao sábado e domingo.
No que diz respeito à questão do preconceito por ser mulher em contexto futebolístico, não tem grandes queixas. No entanto, admite que inicialmente, ela própria teve medo desse preconceito e, durante algum tempo, recusou essa função por achar que ia ser tratada de forma diferente por ser mulher.
Nem tudo é fácil, acaba sempre por ouvir um ou outro comentário menos agradável por parte da assistência, mas diretamente nunca sentiu nenhuma discriminação. No entanto, já teve conhecimento de equipas que não aceitam mulheres no departamento médico e também já assistiu a muitas atitudes discriminatórias para com equipas de arbitragem feminina. Ou seja, esse preconceito ainda existe.
Sente que gradualmente as mulheres vão ganhando terreno no mundo do futebol, independentemente da função que exercem. Cada vez mais encontra terapeutas femininas em equipas masculinas, o que a faz acreditar que o preconceito é cada vez menor.
Crê que ainda existe preconceito na contratação para determinados cargos e na questão da diferença salarial, entre o sexo feminino e o sexo masculino. Continuam a existir as ditas “profissões para homens”, que quando são assumidas por mulheres, estas são muitas vezes alvo de preconceito. E, infelizmente, este preconceito não existe só no contexto laboral.
Na nossa sociedade, a mulher continua a ser muito mais alvo de críticas do que o homem.
