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“Eu tenho um corpo de bombeiros extraordinário”

Comandante dos Bombeiros da Lixa, Vítor Hugo Meireles, em entrevista ao Semanário de Felgueiras, por altura dos 133 anos da corporação

Os Bombeiros da Lixa assinalaram, recentemente 133 anos de existência, uma oportunidade para ouvirmos o comandante Vítor Hugo Meireles.

Nesta entrevista, falou-se da realidade do corpo ativo e das suas dificuldades, mas também do percurso do homem que, há cerca de sete anos, lidera 109 operacionais.

SEMANÁRIO DE FELGUEIRAS (SF) – Senhor comandante, com 133 anos de existência, qual é hoje a realidade atual do corpo ativo dos Bombeiros da Lixa?

VÍTOR HUGO MEIRELES (VHM) – Temos uma realidade bastante positiva face ao que vamos verificando a nível nacional. Contudo, eu tenho noção que isso não é efémero. O voluntariado precisa de muitos incentivos para poder dar o melhor de si. Neste momento, ainda continuamos com 109 operacionais no quadro ativo, que é um número excelente, o que nos permite dar as melhores respostas operacionais. No comando, uma das minhas principais apostas foi a formação dos nossos bombeiros. Nós temos feito escolas de bombeiros por um período de dois anos, mas essa realidade não está a ser possível cumprir da forma como nós queríamos. Hoje, a disponibilidade não é a mesma, quer da parte competente que nos deveria atribuir a formação, quer da parte dos formandos, cujas entidades laborais e vidas pessoais dificultam que a formação seja feita de forma tão regular. Temos um conjunto de operacionais fantásticos, que são excecionais. Mas tenho noção que, com as dificuldades do mundo atual, eles podem ter de procurar atividades extra para fazerem face às despesas.

SF – Como tem sido a experiência com as equipas de intervenção permanente?

VHM – Essas equipas são o futuro daquilo que serão os bombeiros. Atualmente, temos duas equipas, são 10 homens que estão aqui diariamente em tarefas mais específicas, garantindo os serviços mais emergentes. Neste momento, cumprem turnos das 07:00 às 16:00 e das 16:00 às 22:00, o que nos dá uma garantia muito operacional. A partir das 22:00, os voluntários vêm fazer a sua noite, duas vezes por mês, o que nos assegura uma capacidade de resposta às nossas necessidades.

“Temos procurado acompanhar a formação com as novas metodologias e ferramentas de trabalho”

SF -Em relação a equipamentos, como estão as coisas nos BVL, nomeadamente em relação às viaturas?

VHM – Eu tenho um corpo de bombeiros extraordinário, não me canso de referir. Desde que tomei posse e abrimos esta nova realidade da procura contínua de formação, já fizemos várias atividades para angariação de fundo. As verbas que resultam dessas atividades são para investimento na melhoria dos serviços e em equipamento de proteção individual. Temos um grande apoio das juntas de freguesia da nossa área de atuação, que têm tido um papel fundamental, disponibilizando uma verba em função das suas disponibilidades. Temos um parque de saúde em que todas as nossas viaturas estão bem apetrechadas com equipamentos modernos. Temos procurado acompanhar a formação com as novas metodologias e as novas ferramentas de trabalho. Felizmente, a população tem comparecido sempre nas nossas atividades, ajudando a dotar o nosso parque de saúde e de incêndio, para dar as mais diferenciadas das respostas.

SF – Em relação aos incêndios, este ano foi mais calmo na nossa região?

VHM – Felizmente, este ano, em termos de município, a realidade não foi de muitas ocorrências. No entanto, tivemos muita ocupação, prestando auxílio a outras corporações.

“Ser comandante dos BVL tem sido uma aventura cheia de aprendizagem”

SF – Como têm sido estes sete anos como comandante da corporação de bombeiros da Lixa e estes mais de 20 como membro do corpo ativo?

VHM – Tem sido uma aventura cheia de aprendizagem, de novos conhecimentos, de amizades, de momentos positivos, de momentos negativos, mas, sobretudo, algo que fortalece o espírito de missão e ajuda ao próximo que me fez optar por esta profissão, como é o caso, porque sou profissional. Todos os dias somos surpreendidos, por maior que seja a capacidade de treino que possamos ter. É sempre uma nova aventura.

SF – Como é que o bombeiro Vítor Hugo se foi preparando para chegar ao comando?

VHM – Eu tive alguma sorte, porque o anterior comandante nomeou-me adjunto e já, nessa altura, procurei sempre não parar e progredir na área de bombeiro. A direção e o comando entenderam fazer uma aposta na minha pessoa. Perguntaram se eu estava disponível para frequentar as formações e eu abracei o projeto. Fui-me preparando, nunca com intuito de chegar à estrutura de comando, mas de enriquecer o meu currículo e os meus conhecimentos. Iniciei pela parte da emergência médica, em várias especialidades, e nas restantes áreas também fiz formação, até que chegou o convite para substituir alguém que tinha deixado uma marca que irá perdurar para sempre.

Eu só tinha que arregaçar as mangas e trabalhar. É isso que tenho feito, de forma a respeitar e perpetuar a imagem de todos os bombeiros desta corporação, a sétima mais antiga do distrito e a mais antiga do concelho de Felgueiras. É algo que me orgulha imenso.

Texto e Fotos

Armindo Mendes

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