O Núcleo de Dadores de Sangue de Felgueiras vai mudar-se para o Pavilhão de Moutelas (ao lado do Quartel dos Bombeiros).
José Sampaio, Coordenador do Núcleo de Dadores de Sangue de Felgueiras revelou ao SF “que reuniram, no dia 17 de junho com a Confederação Portuguesa dos Dadores de Sangue e com a Câmara Municipal de Felgueiras” para discutir a hipótese de outras instalações, “dado o momento de pandemia que estamos a viver”, revela.
Há um plano de contingência na Câmara de Felgueiras, que limita um número especifico de pessoas, dentro das instalações. “O objetivo é que estejam o menor número de pessoas dentro do edifício dos Paços do Concelho”, afirma.
“Não teria lógica quebrar essas regras, durante uma colheita de sangue, permitindo a entrada de um elevado número de pessoas, quando se concentravam cerca de 60 pessoas na entrada da autarquia”, explicou.
José Sampaio revelou a sua preocupação na possibilidade de aparecer um caso positivo durante uma colheita. “Pode acontecer e isso implicaria encerrar todo o edifício da Câmara, para realizar uma desinfeção, criando transtornos”, assume.
As colheitas de sangue são feitas no edifício da Câmara de Felgueiras. E em outras cidades?
Há casos em que já têm sítios estabelecidos, pelas próprias associações. Em Felgueiras estamos a trabalhar para ter algo nosso mas para já é impossível. Outras associações trabalham com Escolas Secundárias.
Vão começar a fazer as colheitas no Pavilhão do Moutelas. Esse espaço já não tem finalidades desportivas?
A indicação que temos é que não tem sido usado para desporto. O pavilhão foi encerrado antes da pandemia. Chegou a ser transformado para dar resposta às necessidades provocadas pela Covid-19, nos meses críticos. Percebemos que não havia mal nenhum em utilizar aquele espaço e guardar o material, por tempo indeterminado. A Câmara continua a ser um parceiro de excelência. Se não fosse a pandemia e as regras impostas pela DGS não iriamos sair das instalações da autarquia. No pavilhão teremos mais espaço.
“Já estamos mais próximos de ter o nosso espaço. Há mais vantagens porque não temos que andar com a casa às costas. A autarquia vai disponibilizar material e recursos para não nos dificultar o trabalho“
Os profissionais de saúde que realizam as colheitas são de Felgueiras?
Não conhecemos as equipas destinadas a agir em Felgueiras. A nossa função é garantir que está tudo organizado, quer com os membros do instituto quer com os dadores. Antes de as pessoas entrarem, estamos a fazer um circuito no exterior. Pedimos o cartão de dador e tiramos a ficha da pessoa. Na entrada está uma enfermeira a medir a temperatura das pessoas. Estando tudo dentro da “normalidade” avançam.
Pessoas que tiveram Covid-19 ou são familiares de pessoas que tiveram, podem dar sangue?
Eu recomendava ao final de um mês. Nós tivemos um caso de uma pessoa que esteve infetada e no mês de maio tentou dar sangue. O médico achou que era recente e seria melhor aguardar mais um pouco. Depende também dos médicos.
“O nosso Presidente da Federação dos Dadores de sangue, está connosco a lutar para que consigamos ter um edifício em Felgueiras”
A alimentação é fornecida por quem?
Pelo instituto, que trás os pequenos almoços e o pessoal médico.
“Nem sempre as pessoas respeitam o que é pedido”
Porquê?
Há um questionário antes da dádiva de sangue. Há pessoas que omitem a verdade. Uma jovem que sofria de asma omitiu isso. Talvez quisesse mesmo dar sangue. Ficou sem reação e tivemos que chamar o INEM. Está no bom senso das pessoas, permitir que as coisas corram bem.
“Em Felgueiras temos muito dadores. Acho que o fazem por um bem maior. Temos dadores assíduos e cada vez mais jovens”
Está algo a mudar?
Infelizmente cada vez mais temos um elemento na família a necessitar de sangue. Isso chama atenção das pessoas. Há casos de pessoas com 40 anos de idade que nunca deram sangue e agora querem dar. Deve-se a isso. Sentem-se sensibilizadas…ou conhecem alguém que precisa.