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No passado dia 16 de outubro celebrou-se o Dia Mundial da Alimentação

Esta data visa lembrar a importância do combate à fome no mundo e de como uma nutrição adequada é fundamental para a vida e saúde de todos.

O SF esteve à conversa com Marisa Silva, nutricionista, que nos desmistificou alguns conteúdos importantes acerca de uma alimentação saudável e uma alimentação acessível a todos.

Quais os maiores erros na alimentação dos portugueses?

A rotina do quotidiano alterou muito, as pessoas consomem mais refeições fora de casa e não fazem um planeamento das mesmas, recorrendo por vezes a refeições rápidas e práticas, acabando por negligenciar a qualidade, onde poderiam adquirir nutrientes essenciais e optam por alimentos pouco nutritivos e menos saudáveis, podendo ainda exagerar nas quantidades dos mesmos. Este é um efeito “bola de neve” em ações prejudiciais à saúde.

Por onde é que alguém, que queira adotar uma alimentação mais saudável, pode começar?

Costumo referir muito em consulta que o básico, se for bem feito, melhoramos sempre. Não necessitamos de fazer receitas muito elaboradas, complexas ou “fit”, mas nada contra com que faz. Necessitamos sim de beber água nas quantidade necessárias ao nosso corpo, consumir mais fibras pelos hortofrutícolas (frutas e vegetais), reduzir as quantidades de sal (em concreto de sódio), açúcares refinados, gorduras saturadas e excesso de bebidas alcoólicas, consumir boas fontes de proteína, dormir bem e com qualidade e mexer (seja através de caminhadas, corridas, ginásio, natação,… o importante é travar o sedentarismo, e divertir-se).

Explica-nos o que é esta “famosa” dieta mediterrânea!

A Dieta Mediterrânea é a base da nossa alimentação.

A UNESCO definiu a Dieta Mediterrânea em Portugal como Património Cultural Imaterial da Humanidade em dezembro de 2013, reconhecendo a presença do património alimentar mediterrânico em Portugal como modelo cultural, histórico e de saúde.

Na dieta Mediterrânea a adquisição de alimentos respeita a sazonalidade (da época), produzidos localmente, o que os torna mais nutritivos e paliativos, ricos em fibras, vitaminas e minerais. A Direção Geral de Saúde refere ainda que os nutrientes de alguns alimentos são antioxidantes e protegem a saúde cardiovascular, diminuindo também o risco de doenças neurodegenerativas.

A base desta alimentação é suportada pelo consumo de alimentos de origem vegetal (hortícolas, fruta, cereais pouco refinados, leguminosas secas e frescas, frutos secos e oleaginosos), produtos frescos da região, pouco processados e sazonais, azeite como principal fonte de gordura, consumo baixo a moderado de lacticínios (queijo e iogurte) e de carnes vermelhas, utilização de ervas aromáticas como tempero em substituição do sal, privilegiar o consumo de pescado, moderar o consumo de vinho e apenas nas refeições principais, água como bebida de eleição ao longo do dia e privilegia o convívio à mesa.

Com este consecutivo aumento dos preços há alguns conselhos que possas dar de como adotar uma alimentação saudável sem ter de se gastar muito dinheiro?

A Ordem dos Nutricionistas propôs à Assembleia da República a isenção do IVA sobre alimentos essenciais, de forma a garantir o direito humano na aquisição dos mesmos. Esta foi uma medida que vem no seguimento dos vários aumentos dos preços nos produtos alimentícios e que tenta prevenir o pouco poder de compra de portugueses desfavorecidos.

Estamos numa época de poupar, é verdade, mas em consulta deparo-me por vezes com o elevado consumo de produtos de origem animal, de forma desnecessária, que para além de ser bastante dispendioso e de ter um grande impacto na sustentabilidade do planeta, não é a principal fonte proteica.

Estamos numa era em que se debate muito sobre o consumo de proteínas, mas só se “privilegia” a proteína animal. Deve haver um equilíbrio entre a proteína de alto valor biológico (proteína animal) e a proteína de baixo valor biológico (proteína vegetal).

Ao haver este equilíbrio em quantidades, dar a oportunidade à proteína vegetal (as leguminosas) de constituir a principal fonte proteica do nosso prato (cerca de 2 vezes por semana, que já é uma recomendação nutricional), na preparação de legumes muitas vezes não há aproveitamento dos caules e/ou troncos que podem perfeitamente suportar a base das sopas, privilegiar a água que é a base da roda dos alimentos e mais económica do que refrigerantes e bebidas alcoólicas, entre muitas outras medidas, são pequenos exemplos que têm um impacto orçamental semanal bastante significativo.

Defendo que um estilo de vida saudável passa pelo equilíbrio. E nada de forma isolada e esporádica deve ser banido ou aniquilado do nosso quotidiano.

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