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“Sinto-me aliviado por conseguir subir de divisão ao fim de dois anos”– Agostinho Bento, treinador do FC Felgueiras

No domingo, dia 19 de maio, o Futebol Clube de Felgueiras 1932 (FC Felgueiras) fez história ao carimbar a subida à Liga Portugal 2 de futebol com uma vitória por 0-2 sobre o SC Covilhã. Mike Moura abriu o placar no último minuto da primeira parte e Bruninho ampliou a vantagem na segunda metade, assegurando a subida.

Em declarações ao SF Jornal (SF), o treinador Agostinho Bento falou um pouco sobre os desafios que enfrentou na temporada que agora acabou, numa Liga 3 que foi “menos injusta” do que em épocas anteriores, a saída de Tamble, melhor goleador da equipa e do campeonato, e o calor humano dos adeptos felgueirenses, que se fez sentir dentro das quatro linhas.

Apesar de um início da segunda fase do campeonato da Liga 3 menos bem conseguido, o FC Felgueiras conseguiu “dar a volta” e superar os desafios, sobretudo a pressão que sobre si recaiu, depois de uma primeira fase estelar, que finalizou em primeiro lugar, a 10 pontos do segundo classificado.
“A equipa manteve a qualidade do seu jogo na segunda fase, mas não conseguiu replicar a eficácia anterior, refletindo-se nos resultados menos positivos. Contudo, a crença no trabalho desenvolvido e a resiliência do grupo permitiram superar as adversidades”, recorda o treinador Agostinho Bento, em declarações ao SF.
O técnico assegurou que a adaptação após a saída de Tamble Monteiro, peça-chave no ataque azul e grená que rumou em Portimão no final da primeira fase, não implicou uma mudança de estratégia mas sim um “reforço da consistência” e a seleção cuidadosa dos jogadores para cada partida, tendo em conta as suas características individuais e as necessidades táticas frente aos diferentes adversários.
Frisa que a equipa continuou fiel ao modelo e à estrutura definidos desde o início da temporada, confiando nas suas capacidades coletivas e individuais, procurando maximizar as suas virtudes e, ao mesmo tempo, minimizando fragilidades e escolhendo os jogadores “mais adequados para enfrentar cada desafio específico”.
“Acreditamos que estávamos a fazer bem as coisas, não modificamos nada, antes pelo contrário: continuamos a acreditar no modelo que apresentamos, na mesma estrutura, essencialmente no que estivemos todo o ano a fazer. Tivemos que dar mais consistência e, pontualmente, ir procurando os jogadores certos para os jogos certos, mas sempre com as mesmas ideias que tínhamos desde o início da época e, acima de tudo, sempre acreditando naquilo que somos, individual e coletivamente”, frisa.

Empate em Alverca decisivo pelo “impacto emocional positivo” e o ponto conquistado

Segundo o treinador, o momento decisivo para o FC Felgueiras ocorreu durante o confronto com o Alverca, na décima jornada, disputada em abril. O golo de empate, marcado no último minuto do desafio, não foi apenas crucial pelo ponto conquistado, mas também pelo “impacto emocional positivo que trouxe à equipa”.
“A equipa vinha de uma sequência de jogos sem derrotas, e uma perda naquele momento poderia ter causado um abalo significativo no moral do grupo”, recorda o técnico. O empate manteve acesa a chama da esperança e, por uma margem mínima de um ponto, foi determinante para a subida de divisão.

Liga 3 “menos injusta” nesta época permitiu recuperação de momentos menos bons

Para Agostinho Bento, a forma como a segunda fase do campeonato da Liga 3 foi reajustada, na temporada que agora acabou, tornou a competição “menos injusta” do que em anos anteriores.
“Comparando com o ano anterior, em que apenas seis jornadas estavam disponíveis na segunda fase, o FC Felgueiras teria ficado em desvantagem. No entanto, com 14 jornadas nesta temporada, a oportunidade de recuperar de jogos menos bons foi crucial para a promoção”, explica, acrescentando que o sistema atual oferece uma nova vida a equipas que, apesar de desacreditadas, podem lutar novamente por um lugar cimeiro na competição.

Apoio dos adeptos foi “notável” e influencia desempenho dos jogadores

Em resposta a uma questão colocada pelo SF, Agostinho Bento enfatizou a importância do contributo dos adeptos para o sucesso da equipa, acrescentando que o apoio dos adeptos felgueireneses foi “notável”.
Recorda que jogo de futebol é uma experiência “emocional e mentalmente intensa”, especialmente nas fases decisivas, e que o apoio apaixonado dos adeptos influencia, de forma positiva, o desempenho dos atletas.
“Quando o FC Felgueiras jogou na Covilhã, a presença dos adeptos foi notável. Os jovens jogadores sabiam que tinham centenas, até milhares de pessoas a apoiá-los, muitas delas familiares. Essa motivação extra impulsiona uma equipa, mesmo quando as coisas não correm como planeado”, sublinha, acrescentando que a união e crença mútua são essenciais para enfrentar os desafios e alcançar o sucesso.
Olhando para o futuro, Agostinho Bento está confiante que o clube saberá adaptar-se à nova realidade da Liga Portugal 2, sublinhando que com a subida em duas divisões num relativamente curto espaço de tempo, o desafio ganha maior relevância.
“As novas dificuldades incluem jogos a meio da semana, viagens a Lisboa e às ilhas, exigindo um esforço adicional. O FC Felgueiras precisa de estabilidade, mas também deve estar consciente das mudanças necessárias para competir na Liga 2 Portugal. É uma realidade diferente, todos vão ter que dar mais”, salienta.
Recorda, por exemplo, que o relvado do estádio Machado Matos esteve, por vezes, inutilizável para a realização de jogos porque “não podia ser pisado”, obrigando a equipa a andar de “casa às costas” por vários recintos sintéticos da região.
“Tenho a certeza que o presidente [da direção] está ciente [destas dificuldades] e que dará as melhores condições ao clube, no futuro”, destaca.
“Ainda não conversamos sobre o contrato”
Quanto ao seu contrato, renovado no ano passado e que termina em junho, Agostinho Bento revela que ainda não conversou com a direção sobre a continuidade, ou não, à frente dos destinos do plantel felgueirense.
“Quem conhece o meu trajeto como treinador, sabe que sou uma pessoa de gratidão, de projetos e que estarei sempre ligado ao FC Felgueiras. É óbvio que se convidarem, terei que avaliar em função das minhas prioridades, mas o Felgueiras será sempre a minha prioridade. Atualmente, ainda não falamos mas, tenho a certeza que o presidente [da direção] está a pensar no futuro e naquilo que é melhor para o clube”, explica. E acrescenta:
“Se o futuro da equipa passar por um treinador que não seja eu, ficarei feliz na mesma, pelo clube e pelos jogadores. Acima de tudo, sinto-me aliviado por conseguir, ao fim do segundo ano [de contrato] subir de divisão”.

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