No próximo domingo é dia de eleições.
Nas últimas cinco décadas, pela décima quarta vez, somos convocados para escolher um novo Parlamento.
E em 2024, ano em que se celebra o cinquentenário do 25 de Abril, será muito importante que nenhum indeciso deixe de votar, que baixe consideravelmente e número das abstenções e que se comece a secar o “Chega“!, porque já basta de falácias, de demagogia e de mentiras, e também, porque para aqueles que há muito não o fazem por deixarem de acreditar nos partidos, é imperioso voltar a fazê-lo, se mais não for, para desta vez homenagearmos os valores mais representativos da revolução abrilina – a Liberdade e a Democracia!
Não sendo eu já o último indeciso, na medida em que o voto à esquerda é sempre útil e que nesta área a oferta é muito grande e deveras diversificada, será do mais elevado interesse político que a concentração de tais votos venham a servir para reforçar a CDU, o Bloco ou o Livre, porque, no PS, já todos sabemos o que essa supremacia representa, mais políticas de Direita, e quantas vezes mais à direita do que a nossa Direita tradicional, e se para tal não vier a precisar do apoio e da intervenção qualificada dos seus parceiros à esquerda.
Tendo recorrido ao meu heterónimo para decidir o voto na presente eleição e sendo certo que ele sempre votou como eu outrora também sempre o fiz, decidimos ambos, que desta feita e tão só por amor à liberdade e aos seus supremos valores, nesta data em que se celebram 50 anos de Democracia, não seria altura para dar lugar a experimentalismos, pelo que o nosso voto, tal como durante cinco décadas assim aconteceu, irá continuar a ser igual ao que sempre foi.
«Claro que – sublinhou ele -, esta lealdade revolucionária só conta para eleições legislativas ou europeias, não tendo que ser assim quando se trate de presidenciais ou autárquicas».
Porém, tendo a determinado momento percebido que eu ainda me encontrava confuso e indeciso, o meu heterónimo, em tom muito severo replicou: « lembra-te que nesta fase do processo político e eleitoral em que nos encontramos só uma força política de esquerda é que é e continuará a ser igual ao que sempre foi, uma esquerda de confiança, e que tu, ainda melhor do que eu, sabes muito bem quem ela é!», e que também sabes, «que nestes últimos anos, tudo o que antes já se encontrava muito mal mais se agravou e que são hoje mais e piores os problemas na Saúde e na Habitação; na Justiça e nas Forças de Segurança; na Agricultura e com os Professores; mas, sobretudo, com os Salários e as Pensões» – uma realidade que ambos, a par de milhares de portugueses estamos em condições de confirmar, por depois da opção pelas nossas reformas jamais termos deixado de vir a perder rendimento ao nível das pensões!»
Sendo este um tema para aprofundar numa próxima crónica jornalística, por dizer respeito a muitos felgueirenses e a muitos portugueses que tal como eu, na última década se reformaram com valores mais altos do que aqueles que agora auferimos, como poderemos acreditar naqueles que nesta campanha eleitoral enchem a boca a dizer que aumentaram as reformas quando a realidade nos apresenta sinais e realidades completamente diferentes?
«E sendo também certo que todos nós temos sempre de saber encontrar um tempo novo para protagonizarmos para nós próprios novos tempos de esperança, não te esqueças, que não obstante a confusão deste momento político e da frágil renovação do processo em curso, os valores de sempre continuam lá, 0s quais tendo sido sempre os nossos, são e podem continuar a ser novamente esperança!».
– Por conseguinte, sentencio eu, nestas eleições, o mais importante e o que se nos apresenta como predominante, será saber dizer chega ao “Chega“, impedindo o seu crescimento nos termos de poder vir a contar para qualquer solução governativa; seguidamente tudo fazer para proporcionar o decréscimo da abstenção, e finalmente, votar útil à esquerda para reforçar a verdadeira esquerda!
José Quintela
