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Fazer arte com “aquilo que a madeira proporciona”

“Qualquer bocado de madeira que me dão, que eu arranjo, que encontro, meto no torno e tiro uma peça de lá”, descreve o artesão. Algumas são pensadas para ter determinado formato, outras criam formas espontâneas, é conforme “aquilo que a madeira proporciona”, afirma. As que “parecem mal feitas, são as que eu mais gosto”, diz referindo-se às peças que tomam feições diferentes e são menos planeadas.
O projeto de Roberto Carlos Martins começou pelo contacto que sempre teve com a madeira, através de familiares carpinteiros. “Na altura, quando comecei a trabalhar não tive a oportunidade” de seguir o caminho da carpintaria e “fui para os sapatos”, diz. Mais tarde, há cerca de sete anos, a Internet voltou a despontar o gosto que tinha pela arte em madeira. “Voltou a mexer comigo, comprei um torno e comecei a fazer estas peças”.
Começou, depois, por incentivo da esposa, Maria do Carmo, a vender as peças. Tornou-se vendedor assíduo nas Feiras de Velharias de Felgueiras e de Lousada. Além disso, já passou pelo Barracão da Cultura, pelo Engenho do Linho, pela Casa de Turismo de Felgueiras, tendo feito “feiras de artesanato e uma exposição em Macieira da Lixa”, por iniciativa própria, e também por convite. Em breve, estará em Pitões de Júnias para mais uma feira de artesanato.

Créditos Fotográficos: Beatriz Cunha


No seu ponto de vista, o ofício ainda se mantém vivo, mas entende que “os artesãos precisam de ser puxados para cima, e motivados”. A Câmara não oferece oportunidades para os artesãos se destacarem, pelo contrário, vê-se obrigado a expor em feiras de velharias, não destinadas às suas peças, por falta de outros incentivos. As pessoas que se cruzam com Roberto Carlos Martins nas feiras entendem que “deviam haver mais iniciativas, porque é o que dá vida à feira” cita. E completa “não havendo outras oportunidades, participamos na Feira das Velharias já que é uma forma de estarmos onde o público passa para ver”.
Nas exposições, recebe feedback bastante positivo. “As pessoas acham interessante, demonstram gostar das peças e mostram bastante aceitação”. Nas redes sociais, destaca o interesse do 2público estrangeiro, que dá feedback muito bom”. De destacar ainda um dos momentos de maior reconhecimento do seu trabalho no artesanato, quando recebeu a carta de artesão, um documento, aprovado pela CENARTE, que lhe confere estatuto de artesão.


Apesar disso, Roberto Carlos Martins não vê o ofício como um trabalho a tempo inteiro, mas antes como um escape dos problemas e do stress diário. “Venho para cá para me afastar do stress do trabalho, a fazer o que gosto”.
“Não estamos a fazer o preço justo da peça, vendemos porque temos a peça, não é pelo preço que nos pagam por elas”, porque pelo trabalho envolvido o preço torna-se simbólico, entente. E completa dizendo que vende para que a peça ganhe outro uso, para que não fiquem acumuladas na sua casa.

Beatriz Cunha

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