De 16 de abril a 25 de junho, serão 11 domingos consecutivos de encontros entre a comunidade das aldeias que acolhem este projeto artístico multidisciplinar, centrado nas pessoas e na sua identidade, e os coletivos artísticos que, desde o início do ano, estão a trabalhar em conjunto mais de meia centena de processos artísticos, entre percursos artísticos, espetáculos comunitários, oficinas de saberes e sabores, instalações e conversas.
Depois de uma primeira edição de sucesso realizada em 2021, e que teve um efeito transformador em 11 aldeias do Douro, Tâmega e Sousa, mesmo com as muitas restrições impostas pela pandemia, o Aldear está de regresso. Em 2023, a comunidade de outras 11 aldeias desta região une-se a coletivos artísticos para pensar o futuro a partir das memórias, saberes e sabores.
O primeiro encontro do Aldear aconteceu a 16 de abril, em Felgueiras, no parque de lazer de Macieira da Lixa e o coletivo Ondamarela. Mas até 25 de junho outras comunidades, aldeias e coletivos artísticos, como Burilar, Colectivo Espaço Invisível, Laboratório Maria Zimbro, Associação Discos de Platão e Coruja do Mato, tomam conta das atividades em várias datas e locais da região do Douro, Tâmega e Sousa. Em cada encontro é proposto um percurso artístico, duas oficinas de sabores e saberes, uma oficina de artes e ofícios e um espetáculo comunitário. Todos os encontros são de entrada gratuita. Toda a informação disponível em www.aldear.pt.
Congregar, povoar, estabelecer, reunir e usufruir são sinónimos de Aldear, um encontro que pretende capacitar, valorizar as competências e a identidade local, e empoderar as comunidades, contribuindo para o sentido de pertença das populações envolvidas.
O projeto Aldear tem como base uma metodologia comum e integrada, aplicada individualmente a cada município. A metodologia inclui quatro fases: recolha e memória, capacitação e valorização, encontro e celebração e, por fim, memória e legado.
Primeiramente, a recolha e memória, que tem como propósito a valorização do património imaterial dos lugares e agentes de memória pela via da tradição oral dos municípios, o que inclui lendas, histórias, músicas, saberes e sabores. A segunda fase centra-se na capacitação e valorização, em que os artistas e grupos desenvolvem projetos participativos com elementos das várias comunidades, com o objetivo de aumentar as referências artísticas e técnicas dos participantes, criando conteúdos artísticos a partir dos imaginários locais, e usando a arte e a cultura para promover a participação social. O terceiro momento é o encontro e celebração multidisciplinar, intergeracional e aberto ao público, numa aldeia por município para apresentar o resultado dos projetos desenvolvidos na segunda fase. Por fim, a última etapa do Aldear passa pela memória e legado como vetores essenciais do sentimento de pertença e do espírito de comunidade, culminando com a edição de um livro, a distribuir pelos participantes.
O Aldear é um projeto promovido pela CIM do Tâmega e Sousa, em parceria com os municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende, no âmbito da operação Cultura Made In Tâmega e Sousa, sendo cofinanciado pelo NORTE 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.