O “Movimento Seixoso-Vieiros Lítio Não” desafia as autarquias com território na área Seixoso-Vieiros, a avançar com uma providência cautelar contra a o estudo de impacte ambiental.
Numa nota de imprensa, aquele movimento indica que tem “a responsabilidade e a urgência de informar a população relativamente aos danos que a indústria extrativista pode causar, nomeadamente nos seus impactes ambientais, sociais e económicos, que este governo e Bruxelas querem impor a Portugal”.
Além disso, refere, que a exploração é “um negócio que vende a mineração como uma atividade verde e sem prejuízos, quando já vimos, por exemplos de outros países e também em Portugal, que apenas servem os bolsos de alguns e não geram postos de trabalho ou benefícios efetivos para as populações”.
“Somos um país de belas serras e montanhas e não queremos ser transformados numa lixeira da Europa. Existem outras formas de desenvolvimento económico, não destruidoras das paisagens e não lesivas às populações, diferentes da mineração a céu aberto”, reforçam.
Dão o exemplo de outros países, onde a exploração de lítio não avançou e explicam as razões para a decisão. “Na Alemanha e em outros países da Europa existe lítio. Se esta forma de extrair lítio fosse uma coisa boa, a Alemanha e outros países lançavam estes concursos. Querem fazer de Portugal a cobaia deste negócio que traz prejuízos graves para o país, comprometendo as gerações vindouras. Isto preocupa-nos e cremos que seja alarmante para todos em geral, sobretudo para os jovens, que têm o futuro todo pela frente”
O movimento alerta que “as populações estarão sujeitas aos impactes dessa exploração”, lembrando que na zona de Barroso, em Montalegre, “está em risco uma área classificada como património agrícola mundial”, um exemplo de que existem áreas classificadas que vão ser sacrificadas por este projeto.
“As consequências estão à vista – a probabilidade do risco de seca é muito grande, refletindo-se na especulação com o preço da água, que neste momento, já estamos a sentir. Em Portugal, em vários concelhos, a água tornou-se um negócio milionário, com empresas públicas, semipúblicas ou partículas, a praticarem preços inconcebíveis relativamente aos rendimentos dos portugueses. Existem já muitos protestos contra este tipo de exploração da água. Pensa-se que a exploração de lítio viria a agravar, com toda a certeza, este problema”, argumental.
Em suma, indica que as consequências da exploração de lítio serão muito negativas para as populações, apelando a que as autarquias tomem uma posição junto dos tribunais.