Após mais um Inverno, as condições de habitabilidade no Bairro João Paulo II, na cidade de Felgueiras, deterioraram-se. Este é o relato de alguns moradores que dizem que as habitações além de estarem muito degradadas, são um perigo para a saúde devido às infiltrações de água e à ausência de condições térmicas.
Cansados de promessas em relação às obras de reabilitação anunciadas pelo Governo no Verão de 2021, alguns sentem-se “desesperados” porque não conseguem obter respostas das entidades oficiais e não podem procurar outro local para habitar por insuficiência económica.
Alguns apartamentos dos edifícios do Bairro registam infiltrações de água e não têm “condições mínimas ” ao nível térmico, entre outros “defeitos” apontados pelos moradores.
“Há idosos e crianças a viver nestas condições degradantes. Estamos desesperados com isto. Ninguém faz nada”, disse ao SF uma moradora, com filhos menores a seu cargo com registo de problemas de saúde, ao nível respiratório, devido às más condições de habitabilidade.
No Verão passado, o Ministro Pedro Nuno Santos anunciou em Felgueiras que o Bairro João Paulo II iria ser reabilitado. Até agora, nada. Os moradores queixam-se dos atrasos e pedem resposta ao IRHU- Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana. “Já ligámos para lá, já pressionámos, mas não temos respostas concretas”, adianta.
Quando em junho do ano passado esteve em Felgueiras, Pedro Nuno Santos anunciou que “havendo propriedade mista” no Bairro João Paulo II, havia dificuldade em fazer intervenções, mas que “hoje conseguimos que a responsabilidade do IHRU seja assumida pelo IHRU e a parte dos privados seja suportada pelo PRR”. Nenhum habitante no Bairro João Paulo II terá encargos financeiros com a reabilitação, mesmo aqueles que são proprietários. “É uma obra muito importante e há muito ambicionada em Felgueiras”, disse, na oportunidade.
A deputada do PCP, Ana Mesquita, visitou o Bairro e disse que iria questionar o Governo sobre o processo de reabilitação, nomeadamente a calendarização das obras.
Mais de oito meses depois, as obras não avançaram.