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“A Assembleia não pode ser um carimbo do executivo”, defende Jorge Neves (CHEGA) (COM VÍDEO)

Em ano de eleições autárquicas, a Assembleia Municipal é muitas vezes vista como segundo palco, atrás da corrida à Câmara. Para Jorge Neves, candidato do CHEGA que se recandidata, pela segunda vez, à Assembleia Municipal de Felgueiras, esse olhar é redutor e ignora a importância central deste órgão que fiscaliza, discute e aprova decisões do executivo, desde empréstimos a grandes obras.


Numa entrevista ao SF Jornal, explica que, nos últimos quatro anos, o órgão funcionou mais como um “carimbo” do que como espaço democrático plural. “As propostas votadas são só as do executivo. A oposição é impedida de apresentar ideias e o debate é sufocado”, denuncia, criticando um ambiente que limita o contraditório e empobrece as decisões.
Um dos pontos críticos que destaca é o formato das sessões. “Começam com longos votos de pesar e louvor, que consomem até uma hora e esgotam o interesse dos presentes, incluindo os eleitos. Depois, quando se chega ao ponto essencial, já poucos prestam atenção, e as decisões passam a ser um carimbo”, explica. Para remediar, propõe uma reforma do regimento que torne as sessões mais ágeis e permita maior tempo para intervenções de cidadãos — ele próprio sugere ampliar dos atuais três para cinco minutos.
Na campanha que decorre, Neves diz sentir “boa aceitação” da população, com destaque para encontros com associações de solidariedade social e desportivas, onde recolhe críticas à gestão atual e sugestões para o futuro.
Questionado sobre a campanha, explica que as preocupações mais sentidas pelos felgueirenses está a crise da habitação. “Os jovens querem sair da casa dos pais, formar família, mas não conseguem ficar em Felgueiras por falta de casas acessíveis”, refere. Muitos têm de ir viver para concelhos vizinhos, mesmo trabalhando em Felgueiras, dado o preço excecional das rendas quando aparecem ofertas.
Outro problema relevante, espelhando queixas locais, é o estado caótico da rede viária. Segundo Neves, após o inverno a situação pode manter-se, sem melhorias evidentes, o que pesa no dia a dia das pessoas.
O candidato também acusa o executivo de gerir Felgueiras como uma fábrica de obras turísticas e “show-off”, esquecendo os mais vulneráveis. “Os idosos e quem enfrenta maiores dificuldades são deixados para segundo plano. Há muito espetáculo, pouca produtividade real”, salienta.
Na visão de Jorge Neves, os problemas do município refletem um padrão que começa na Assembleia, onde a falta de debate e a falta de iniciativas da oposição permitem que a Câmara governe sem verdadeira fiscalização. Neves convida os eleitores a mudar esse panorama e a exigir que a Assembleia cumpra o seu papel democrático e de controlo, transformando-se num espaço de genuína discussão e resposta aos desafios locais.
“Se a Assembleia for apenas um carimbo, não serve para nada. É fundamental que volte a ser o palco onde a voz dos cidadãos se faz ouvir e que os problemas reais de Felgueiras sejam enfrentados com transparência e eficácia”, conclui.

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