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28 de Maio de 1926: A Revolução que Salvou Portugal do Abismo

Artigo de opinião, publicado na edição n.º 1474

Numa época em que muitos têm a tentação de reescrever a História ao sabor das conveniências ideológicas do presente, urge recordar com verdade e coragem, um dos momentos mais decisivos da nossa pátria: a Revolução de 28 de Maio de 1926. Não foi um golpe frio nem um assomo de autoritarismo pelo prazer do poder, foi isso sim, um grito de socorro lançado por um país à beira do colapso, sufocado pela desordem da Primeira República.
Durante dezasseis longos anos, entre 1910 e 1926, Portugal viveu uma tragédia política, económica e social. A Primeira República prometera progresso e liberdade, mas entregou-nos 45 governos, 8 presidentes, uma inflação galopante e um clima de instabilidade permanente. Era o caos. Havia tiroteios nas ruas, greves constantes, ataques à Igreja e um desprezo total pelas instituições que outrora conferiam dignidade à vida nacional.
O 28 de Maio não foi o nascimento de uma ditadura, mas sim a morte anunciada de um regime anárquico e desacreditado. Foi liderado por militares que, longe de quererem glória pessoal, responderam ao apelo da Pátria. O General Gomes da Costa, homem austero e respeitado, pôs-se à frente da marcha que partiu de Braga e chegou a Lisboa quase sem disparar um tiro. O povo, cansado de ver o país afundar-se, acolheu os revoltosos com esperança e alívio.
E que outra saída havia? A democracia liberal da Primeira República, se é que podemos chamar-lhe isso, estava capturada por oligarquias partidárias, cliques maçónicas e interesses estrangeiros. Os valores tradicionais, a autoridade do Estado e a própria ideia de Nação estavam a ser corroídos por dentro. Sem o 28 de Maio, Portugal teria talvez resvalado para um comunismo à bolchevique ou para um cenário de guerra civil. Foi um ato de legítima defesa nacional, não de opressão.
Sim, o que veio depois não foi uma democracia no sentido moderno do termo. Mas também não foi um despotismo sanguinário. O regime estabilizou as finanças, repôs a ordem pública, investiu na educação e reafirmou o papel estruturante da família, da Igreja e da Pátria. E não esqueçamos: foi da semente lançada em 1926 que nasceu Salazar, figura que, goste-se ou não, segurou Portugal contra os dois grandes totalitarismos do século XX: o comunismo e o fascismo.
Hoje, num tempo em que os discursos fáceis imperam, é fundamental recuperar uma leitura honesta da nossa História. O 28 de Maio não é um símbolo de opressão, é um testemunho de coragem, de disciplina e de amor à Pátria. Foi o primeiro passo para resgatar Portugal da anarquia do socialismo e devolver-lhe um rumo.
A memória não pode ser sequestrada por quem escreve com ódio ao passado. A História deve ser contada com justiça e a justiça exige que digamos, sem medo: o 28 de Maio foi necessário. E quem o nega ou ridiculariza, fá-lo não por amor à verdade, mas por cegueira ideológica ou má-fé.
Fontes consultadas: Arquivo Nacional Torre do Tombo: https://antt.dglab.gov.pt, José Hermano Saraiva, História Concisa de Portugal, Oliveira Marques, História de Portugal, Volume III, IHC – Instituto de História Contemporânea da NOVA: https://ihc.fcsh.unl.pt

Jorge Miguel Neves

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