Artigo publicado na edição 1474 de 30 de maio de 2025
Num ambiente onde pesa a actualidade e a enorme diversidade de temas jornalísticos, poderá parecer pouco relevante assinalar aqui, nesta página 2 página do nosso SF, o já rotineiro, porque repetido, aniversário da publicação da primeira edição que data do já longínquo ano de 1990.
Desafiou-me a diretora do SF a que fosse essa a minha participação nesta edição comemorativa, mas, com a condicionante, logo de início, de considerar e respeitar a exiguidade de espaço de que disponho para levar aos leitores este registo.
Aceitei e serei breve!
Porque tudo foi dito ao longo desta existência de tantos anos.
Porque o mais expressivo sinal comemorativo da data é a própria evidência de que estamos cá!

Ainda teimamos na nossa sobrevivência e tal deve-se à nossa perseverança e teimosia, ao querer dos que por cá andaram ao longo destas três décadas e meia, mas, sobretudo, dos que ainda por cá estão e não desistem, apesar de tudo e de todos.
Fazemos acontecer a informação jornalística nestas páginas que se publicam muito antes das novas “modas” de comunicar. Tivemos que nos adaptar a esta nova realidade, valorizar e melhorar conteúdos, concorrer com uma nova plêiade de fazedores de opinião, combater os “jornalistas de sofá”, os “gabinetes de imagem e de imprensa”, sem critério e sem contraditório, os “rios de dinheiro” distribuídos a amigos e serventuários, a fuga ao confronto e à partilha dos que, pelas suas funções, geram notícia e acontecimentos.
Estamos, porque o público leitor assim exige que ainda estejamos. Resistimos, porque servimos a nobre causa de informar, criar opinião, educar, valorizar pela palavra e pela escrita os registos do presente que se hão de tornar história no futuro.
Nesta edição nº 1474, assinalamos 35 anos de existência e acrescentamos mais dez anos e 308 edições àquela em que comemoramos as bodas de prata…
Por aí, também me foi atribuída a missão de registar a efeméride.
Tal como agora, não deixarei de agradecer a todos os que nos apoiaram e nos ajudam a subsistir: os assinantes e os leitores em geral, os patrocinadores e anunciantes, as entidades particulares e oficiais que nos proporcionam conteúdos e acontecimentos noticiosos, os nossos profissionais
do jornalismo e colaboradores mais antigos e também os mais recentes.
Seja-me permitido um destaque muito especial à diretora do SF, Susana Faria. Sendo parte, porque é minha filha, nada me impede de valorizar e reconhecer também os nossos, quando o merecem!
À Susana devo-lhe e quero aqui e agora expressar um registo de reconhecimento e gratidão.
Reconhecimento pelo esforço, teimosia e abnegação para manter vivo um jornal criado e lançado, entre outros, pelo seu pai, no ano de 1990, concordando apesar com o princípio de que “os filhos não são a extensão dos pais”…!
Assinalar os tempos particularmente difíceis da pandemia (covid-19), das crises económicas que afetam o ambiente produtivo dos setores dominantes deste concelho, a transição para a era do digital e para a proliferação das “redes sociais” que competem com os meios regulares de comunicação.
Admiração pela ponderação e equilíbrio como continua a respeitar a linha editorial plasmada no nosso estatuto ao longo dos tempos, respeitando os superiores princípios do pluralismo, da diversificação das fontes, do respeito pelo contraditório com isenção e independência.
Gratidão por continuar a garantir o suporte económico da empresa “Semanário de Felgueiras” por critérios de gestão empresarial, livre de dependências, de subvenções ou de contributos “politicamente orientados”.
Acresce que tudo isto ela viveu com a turbulência, a instabilidade e o desgaste de um injusto e injustificado processo de natureza profissional de que teve que se defender, vencendo em tribunal todas as causas, onde até o próprio SF foi usado para matéria acusatória …
Pois, aqui chegamos e daqui continuaremos a fazer jornalismo, tendo sempre como pano de fundo o nosso concelho de Felgueiras e os felgueirenses residentes e/ou ausentes, mas interessados nas notícias da sua terra.
Venham então mais 15…!
Manuel Faria