Artigo de opinião publicado na edição 1473
No dia 18 é dia de Eleições, e tal como quase sempre tem acontecido, serão mais que muitos aqueles que não irão votar.
Porém, VOTAR É PRECISO!, não fazendo qualquer sentido dizer-se que os portugueses se encontram fartos de eleições.
Tendo custado muito – quase cinquenta anos – a conquistar este direito, será imperioso que do mesmo ninguém abdique, porque, se por um lado temos vivido muitas crises políticas, por outro, tem sido o recurso sistemático ao voto que mais tem servido para acabar com elas, e por esse efeito, a melhor solução para podermos continuar em frente.
Por conseguinte, não tem nenhum cabimento o argumento de que os portugueses estão cansados de eleições, na medida em que estas, tal como outras anteriores, constituindo-se desde sempre numa mais valia para assegurar o normal funcionamento do nosso Estado Democrático, também têm e irão continuar a servir para resolver crises como a presente e com a qual até ao dia 18 de Maio nos continuaremos a confrontar.
Nestas eleições, mais que noutras já vivenciadas, tem-se falado pouco no que mais importa e por demais do tema que até aqui nos trouxe, ou seja, da ligação de Luís Montenegro à SPINUMVIDA e da sua vida profissional antes de chegar ao cargo de Primeiro Ministro, chegando a ser exasperante o imenso ruído que se tem emprestado a tão estafado tema.
Também se tem falado mais que antes sobre a necessidade de os portugueses optarem mais pelo voto útil, esquecendo-se todos esses protagonistas de um princípio básico da nossa democracia, o qual nos indica e desde sempre nos sugere que o voto útil é em quem se elege!
Por isso, não sendo sério o discurso tantas vezes propalado por Pedro Nuno Santos no que respeita ao voto útil sobre quem vota à esquerda, sei desde há muito tempo e no que a mim diz respeito, que sempre votei e continuarei a votar útil, sem que isso signifique o depósito desse voto na lista do Círculo Eleitoral do Porto protagonizada pelo partido de Pedro Nuno Santos.
O PS, o PSD e o Chega, já têm votos e deputados a mais, razão pela qual será uma inutilidade reforçar qualquer uma dessas candidaturas, sendo que, para quem sempre votou como eu, há motivações acrescidas para considerar a utilidade do seu voto na mesma coligação de sempre, e que por exclusão de partes, seria sempre mais útil votar no Livre ou no Bloco de Esquerda tendo como objectivo principal reforçar a Esquerda, e tendo por primacial finalidade o desejo de só assim se estar a contribuir decisivamente para a formação de um governo e de uma política de esquerda, mais duradoura e deveras consequentes.
O que nos tem faltado, são mais deputados da CDU, do Livre ou do Bloco de Esquerda no Parlamento, sendo que os conquistados pelo PS, tendo sido sempre em demasia, não têm servido para grande coisa, razão pela qual se verificariam iguais registos se viesse a contar com menos dez ou vinte deputados, no pressuposto de que os mesmos ou mais alguns de pouco servirão para alterar o seu módus operandi de governar Portugal.
Nesta conformidade, a primeira vitória que poderíamos obter no próximo Domingo seria reforçar as Esquerdas que se situam à esquerda do PS, sendo irrelevante qualquer reforço dos partidos da Direita – AD e Iniciativa Liberal -, salvo se esse vier a ocorrer pelo efeito de uma redução substancial da actual posição eleitoral do Chega.
Contudo, o que mais importará, é que nenhum cansaço eleitoral recaia sobre qualquer português que vote à esquerda do espectro político, e que no próximo Domingo venham a ser mais que outrora aqueles que se decidam a votar, reduzindo substancialmente o número de indecisos que no momento em que escrevo esta crónica ainda se situam na ordem dos 20%, e consequentemente os níveis de abstenção antes registados.
“Texto escrito segundo o anterior Acordo Ortográfico“
José Quintela