O PSD Felgueiras votou, na segunda-feira, contra a aprovação das contas do município em 2024, justificando a decisão com uma série de questões relacionadas com a gestão financeira e estratégica do Executivo liderado por Nuno Fonseca (Sim Acredita).
Num comunicado, os social-democratas felgueirenses criticaram, ainda, a realização da sessão da última Assembleia Municipal “em pleno estado de emergência nacional”, no dia 28, quando o país e o concelho estiveram cerca de 12 horas sem energia elétrica.
“Participámos na reunião `às escuras ´, porque não podemos deixar de representar os felgueirenses que votaram no PSD e que não têm culpa da irredutibilidade ou das prioridades da maioria do Sim Acredita para os restantes dias do mês de abril”, lê-se numa nota enviada à redação do SF Jornal.
Entre os pontos críticos levantados pela oposição, destaca-se a redução do orçamento inicial em cerca de 11% ao longo do ano, o que, segundo os social-democratas, poderia ter permitido uma diminuição da derrama e a devolução de IRS aos munícipes e empresas. Além disso, apontam um aumento significativo da carga fiscal nos últimos quatro anos, com um acréscimo de 26% nos impostos pagos pela população e pelo setor empresarial.
O PSD Felgueiras também criticou o aumento da despesa corrente, que subiu, em média, 10% ao ano, representando um crescimento total de 40% desde 2020. A transparência do Executivo foi posta em causa devido a alterações nos mapas de custos dos eventos, alegadamente para “omitir os valores reais com recurso à Contabilidade de Custos”.
Outro ponto sensível foi a gestão dos investimentos, com o adiamento de várias obras para 2025, ano de eleições, e a subutilização de um empréstimo de oito milhões de euros, o que comprometeu o planeamento financeiro. A execução das receitas de capital ficou abaixo do esperado, situando-se em 75,03%, revelando dificuldades na captação de fundos comunitários.
A Estratégia Local de Habitação, com um valor previsto de 52 milhões de euros, foi considerada “o maior falhanço do atual Executivo”, acusando a liderança de Nuno Fonseca de ter “desistido” da sua execução, deixando Felgueiras sem novas habitações, apesar dos preços elevados do setor imobiliário. O endividamento também foi alvo de críticas, com um novo empréstimo de oito milhões de euros que será utilizado em 2025, tornando a redução da dívida “ilusória e dependente de receitas extraordinárias”.
O PSD Felgueiras alertou ainda para a falta de uma estratégia clara para recuperar valores pendentes de pagamento e destacou que, apesar da conjuntura económica favorável em 2024, muitos problemas dos felgueirenses ficaram por resolver “e foram empurrados para o futuro”.
Por fim, o partido relembrou o aumento do número de funcionários da Câmara Municipal, que passou de 653 colaboradores em 2017 para 855, um crescimento de 202 trabalhadores em dois mandatos.
Com estas justificações, o PSD Felgueiras reforçou a sua posição crítica face à gestão municipal e optou pelo voto contra na prestação de contas de 2024.
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