A reunião ordinária da Assembleia Municipal de Felgueiras marcada para 28 de abril realizou-se à data e hora marcada, numa altura em o concelho e o país estiveram sem eletricidade e comunicações entre as 11:30 e as 23:00 de segunda-feira, apurou hoje o SF Jornal.
O “apagão” sem precedentes teve origem num problema na rede elétrica espanhola e causou perturbações significativas em serviços essenciais, incluindo hospitais, transportes públicos e comunicações em ambos Portugal e Espanha.
Em resposta a um pedido de esclarecimento enviado pela redação do SF Jornal, a presidência da AM de Felgueiras indicou que a possibilidade de adiar a reunião foi ponderada, “mas face à necessidade de aprovação, até ao dia 30 de abril, de alguns dos pontos em agenda e ao facto de não haver informação relativa ao restabelecimento da energia elétrica, foi deliberado, pela maioria dos presentes, a realização da AM”.

Na missiva, Alfredo Alves, presidente daquele orgão autárquico, acrescentou que após verificação da existência de quórum, a realização da sessão foi decidida “por unanimidade dos deputados municipais presentes”.
Questionado sobre as condições em que foi realizada a sessão, o responsável adiantou que “foram acauteladas” com a instalação de alguns focos de energia artificial e recorrendo a dispositivos móveis para a gravação das intervenções.
Acrescentou, ainda, que uma alteração à ordem do dia “foi proposta, de acordo com o Regimento da Assembleia Municipal e aprovada pelos presentes”.
Oposição concordou, mas sob protesto – João Sousa, bancada do PSD
Questionado sobre este tema, João Sousa, da bancada do PSD, indicou ao SF Jornal que a oposição concordou com a realização da sessão ordinária, mas sob protesto.
“O mais sensato seria adiar, porque houve uma emergência em que devíamos estar disponíveis para estar com as instituições, a proteção civil e a população”, indicou.
Segundo o dirigente social-democrata, a bancada da oposição foi confrontada com a necessidade de se realizar a reunião porque havia pelo menos duas candidaturas importantes que tinham que ser aprovadas e entregues até 30 de abril. Por outro lado, o dirigente assinalou que havia uma discussão importante sobre as contas da autarquia.
“Porque eram pontos importantes na ordem do dia, decidimos participar na reunião, manifestando o nosso protesto, contudo. Foi surreal, não estávamos às escuras, mas foi estranho fazer esta reunião, naquelas condições. Ficamos pela postura política porque pensamos, sobretudo, nos felgueirenses”, concluiu.