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A cruz azul

De novo sou convocado para escrever sobre desporto. Não tanto porque goste disto, mas tão só para me solidarizar com a família portista, da qual fazem parte muitos dos leitores que periodicamente leem este jornal. 

Na história moderna já não há dragões, e se ainda existir alguma probabilidade de os haver, esses já não serão tão poderosos como os que conhecemos antes, já que da sua boca, saindo outras coisas que não fogo, apenas se conhecem palavrões e despautérios, pelo que se os há, ou são fracos, ou são invisíveis e sem chama.

Pouco importará mudar de misterou de tática, porque o resultado tem sido sempre o mesmo.

E ainda que para alguns – Helton –, já se consiga ver algo diferente, a verdade é que isso não tem servido para coisa nenhuma, porque a oeste não há nadinha de novo.

Da tanta vida perdida já não advirá nenhum novo folego para transportar o clube para glórias iguais às de outrora, nomeadamente para ganhar o campeonato em curso.

De fraqueza em fraqueza, o Porto não ganha a ninguém, tanto aos mais fortes como aos mais fracos, temendo-se que algo pior já se encontre a caminho.

Sem presença na “Taça do Rei” e sem qualquer mérito na Taça da Liga, a família lá vai cantando e rindo, e mesmo que já não haja – como não há -,sequer, quaisquer motivos para sorrir, a verdade é que também já não parece possível contar com a próxima Champions Leegue, sendo que sobre uma recente promessa de vitória na Liga Europa,  o que neste campo existe é tão só uma miragem.

Só havendo sinais de sofrimento ainda nos vão dizendo e entretendo com palavras vás, tais como ser este o tempo certo para míster Martin Anselmi começar a fazer diferente.

Apesar de ser muito curto o tempo que resta para este mister fazer diferente, a verdade é que já não haverá tempo para fazer melhor, podendo-se e devendo-se pelo menos salvar a honra do convento – o terceiro lugar.

Mais do mesmo tem sido o sinal dominante, e agora que já se sente o Braga a morder-lhe os calcanhares seria desejável que afinal se pudesse manter o pódio, não só porque este se encontra ameaçado pela primeira vez em quarenta e nove anos, mas, também, porque para pior já basta assim.

Glosando com a matéria do momento político presidencial que estamos a viver, também aqui e neste domínio, não há tempo para aventuras ou experimentalismos.

Sabendo de antemão que ao presente cinzento poderá suceder um futuro negro, todos esperam o restabelecimento da normalidade desportiva, já que o timoneiro, tendo sido bem escolhido, merece e tem potencial para levar o Porto para um melhor Porto, tirando o clube da presente pasmaceira futebolística

Mas sendo muito provável que a situação reinante não mude com a urgência que se impõe, nada impedirá que o futuro próximo não venha a ser pior do que o negro carregado que ora se observa, relegando o clube para um quarto lugar na Liga, ou, quem sabe, para sexto, porventura ainda à frente do Guimarães que também não anda bem, mas eventualmente atrás do Santa Clara e do Casa Pia que progressivamente tanto se aproximam.

Sendo que é preciso recuar cinquenta anos para encontrar um começo tão fraco, não serve de coisa alguma procurar aligeirar a crise dizendo-se que o atual tempo deste míster ainda é muito curto, e que por agora, tudo se deve resumir e remeter para um adequado período de paciência.

Esperando-se por agora apenas uma prova de vida no confronto com a Roma, o mais certo é que não haverá lugar para surpresas, tendo o Porto que se manter ligado às máquinas, não para sarar das maleitas que o apoquentam, mas apenas para não deixar adensar a doença, sendo que já não haverá lugar para quaisquer outras conquistas e porque um bom resultado geral sobre a Roma provavelmente não acontecerá.

Depois de perder tantos pontos na Liga, o Porto procura agora mostrar-se desperto e pronto para encarar a tempestade em curso, não tendo sabido antes e quando o poderia fazer, trancar todas as portas que se imponham para que os estragos já visíveis não escalassem com a gravidade que agora se vêm.

José Quintela

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