Na passada sexta-feira tive oportunidade de assistir na Biblioteca Municipal uma tertúlia sobre energias renováveis e transição energética promovida pelo conhecido advogado e antigo presidente da Assembleia Municipal de Felgueiras, Rui Marinho, a quem publicamente parabenizo pela iniciativa e o encorajo a continuar.
Foram muitos os que numa noite de chuva se deslocaram ao auditório da Biblioteca para ouvir técnicos e especialistas em energia, em descarbonização, mineração, painéis fotovoltaicos, ambiente, comunidades energéticas, sustentabilidade e até a grande discussão acerca da exploração do lítio.
Numa sala com muitos industriais discutiu-se e deram-se a conhecer produtos, ferramentas e soluções para poupança de energia, para investir na inovação tecnológica, as consequências devastadoras da alteração climática, o potencial do nosso país para as energias renováveis, a guerra na Europa e as oportunidades que a Europa e Portugal deve aproveitar.
Foi sem dúvida uma noite muito interessante, esclarecedora, com intervenções enriquecedoras de Matos Fernandes (ex-ministro do ambiente) e outros especialistas onde foram apontados caminhos para o futuro da indústria, das famílias, de Felgueiras e de Portugal.
Também em dezembro, o PSD local organizou o Felgueiras Summit, em que reuniu especialistas e figuras de destaque ligadas ao concelho para promover o diálogo sobre as potencialidades do município e explorar caminhos de desenvolvimento sustentável.
Nessa iniciativa esteve Miguel Coelho, diretor executivo (suplente) do Banco Mundial, Raul Reis, alto funcionário da Comissão Europeia, e o CEO da Unitom, Paulo Ribeiro, que partilharam perspetivas e experiências valiosas, em que o objetivo central foi debater as oportunidades e os desafios para Felgueiras.
Temas como a diversificação da economia local, a atração de investimento e a retenção de talento jovem foram abordados, assim como estratégias para acolher empresas ligadas a novas tecnologias, para aproveitar as possibilidades do teletrabalho e da inteligência artificial.
Segundo pude ler, porque não me foi possível estar presente, foram debatidos programas de arrendamento acessível, os trabalhos do futuro, e a modernização dos sistemas de transporte público, destacando-se a importância de um planeamento integrado para tornar Felgueiras num polo atrativo para indústrias tecnológicas, inovadoras e empreendedoras.
Penso que este deve ser o mote, para que se promovam e realizem mais fóruns de reflexão e discussão dos desafios que a região e Felgueiras em particular enfrentam. E não faltam temas para debater, para explorar, para confrontar pontos de vista.
Felgueiras tem necessidade de debater, de ouvir especialistas nas matérias, de pensar o futuro de forma séria, de ter uma atitude construtiva e essencialmente esclarecida.
Felgueiras deve planear o seu amanhã, ouvir, discutir, pensar e fazer escolhas inteligentes, que vão desde o poder político, que tem que apresentar um plano, uma estratégia para reter cá as famílias e os jovens e a indústria e os empresários que terão que se adaptar, que se reinventar, terão que apostar em inovação, criar competências e escala noutras áreas e apostar numa especialização económica e tecnológica.
É urgente Pensar Felgueiras.
Susana Faria