No passado dia 10 de Janeiro, o Dr. Emídio Sousa, Secretário de Estado do Ambiente, visitou Felgueiras, a convite da APPICAPS, tendo percorrido algumas empresas do sector do calçado, que primam pela inovação na reutilização de resíduos, e ainda visitado o Aterro Municipal.
Ao contrário do que seria de esperar, a visita do Secretário de Estado do Ambiente não ficou marcada pela questão do Lítio. Nem tampouco, este assunto foi falado ou abordado pelos responsáveis políticos, cuja única preocupação se prendeu com o encaminhamento dos resíduos e a situação preocupante do Aterro de Sendim.
Se há 10 atrás era indispensável, hoje é urgente uma solução para o Aterro. Não deixa de ser curioso que, apesar deste executivo ter a mesma cor politica dos Governos anteriores e não ter logrado obter apoios, venha agora apelar ao Governo AD que encontre uma saída airosa para a pesada herança deixada pelo PS. São inúmeros os casos semelhantes à do Aterro de Sendim, em risco de contaminação dos solos e necessidade de selagem.
A preocupação com o Ambiente foi durante muito tempo secundária e as políticas ambientais, além de irrefletidas, também se focaram em “remediar”, em vez de “prevenir”. O Aterro é um exemplo patente desta filosofia, mas continuamos sem aprender nada! Também a prospeção de Lítio deveria ser amplamente debatida, discutida e prestados os esclarecimentos à população, que lhe são devidos, bem como fazer a reflexão que se impõe sobre os custos futuros da prospeção deste minério e sobre o impacto real que terá na vida da população de Felgueiras.
Em lugar de fingir que não vemos o elefante na sala, é essencial prevenir que, um dia a jusante, tenhamos em mãos um problema, bem maior do que o Aterro, que ninguém queira resolver, que o município não consiga ultrapassar, onde o Governo Central se venha a descartar de responsabilidades e onde nos reste lamentar e mitigar.
Marta Rocha
