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Reconhecimento de oficina de cavaquinhos como património imaterial “valoriza todos os construtores de instrumentos artesanais” – António Faria Vieira

O “luthier” António Faria Vieira, de Várzea, disse ao SF Jornal que a recente inclusão da sua oficina no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI) é uma “boa aposta” nos construtores de instrumentos musicais e uma forma de dar maior visibilidade aos instrumentos que fabricam.
“É importante para todos e também para o cavaquinho, que às vezes anda um pouco esquecido, como instrumento”, disse o construtor.
No final de novembro, a Câmara de Felgueiras entregou ao artesão uma placa que assinala a integração da oficina de Várzea no INPCI. Esta distinção reconhece a importância “dos saberes e práticas tradicionais aplicados na construção do cavaquinho”, explicou fonte autárquica, na altura.
António Faria Vieira, de 71 anos, é um reconhecido construtor felgueirense de instrumentos de corda, ofício que aprendeu muito jovem e que abraçou como profissão a partir de 1990, após se demitir da carpintaria onde trabalhava como marceneiro.
Ao SF Jornal contou que começou em meados dos anos 70 a reparar alguns instrumentos e a construir pequenas peças para os músicos da Tuna de Cepães, em Fafe, evoluindo mais tarde para a construção de violas, violões, rabecas chuleiras e cavaquinhos.
Entre os instrumentos que construiu ao longo de cinco décadas de carreira encontram-se o cavaquinho, o bandolim, a campaniça, a viola Beiroa, a viola Braguesa, a guitarra portuguesa e a viola, entre outros.

DR Paulo Alexandre Teixeira


Muitos destes instrumentos encontram-se espalhados pela diáspora, revela. “Onde houver emigrantes, certamente haverá também alguns dos meus instrumentos”, salienta.
Muitos dos seus trabalhos foram expostos e galardoados em vários eventos. Uma das suas criações, o Cavaquinho Felgueirense, está em exposição na Casa da Torre, em Felgueiras.
Atualmente, dedica a maioria do seu tempo de oficina a aperfeiçoar os seus próprios desenhos, embora ainda aceite encomendas, mas menos do que no passado.
“Quando vivemos de uma profissão, muitas das vezes faz-se mais daquilo que nos pedem e pouco do que realmente queremos fazer. Agora, acho que chegou a altura para fazer aquilo que realmente me apetece fazer”, explicou.
Na oficina de Várzea trabalha agora em instrumentos medievais, na evolução e variação dos seus cavaquinhos e na encomenda ocasional, entre outros projetos.
Disse, ainda, que não receia pelo futuro da arte, explicando que os músicos mais novos estão “muito bem informados” e que dão muita importância à qualidade dos seus instrumentos, acrescentando que “enquanto houver músicos, haverá sempre a necessidade de construtores”.
“Felgueiras é uma terra de construtores [de instrumentos], apesar de ser um facto pouco conhecido. Há-de haver sempre alguém que continue com a arte”, concluiu.

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